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Petição contra peso das mochilas escolares entregue esta sexta-feira no Parlamento

O documento a exigir medidas para aliviar o peso das mochilas nas costas das crianças reuniu mais de 45 mil assinaturas. Estudo indica que 61% dos estudantes com 10 anos transportavam cargas excessivas, o mesmo acontecendo a 44% com 12 anos”.
Foto de Paulete Matos.

A “Petição contra o peso excessivo das mochilas escolares em Portugal”, entregue no início da tarde na Assembleia da República, alerta que um estudo realizado pela DECO e a revista Proteste “revelou que 53% das crianças que participaram no estudo transportavam mochilas com uma carga acima do recomendável pela Organização Mundial de Saúde, isto é, superior a 10% do seu próprio peso”.

“A pior das situações, refere aquela revista, foi verificada para uma criança de 11 anos, com 32 kg, que transportava uma mochila de 10! O ideal seria que esta criança não carregasse mais de 3,2 kg”, lê-se no documento, que sinaliza que “o mesmo estudo indica que 61% dos estudantes com 10 anos transportavam cargas excessivas, o mesmo acontecendo a 44% com 12 anos”.

Sublinhando que “as crianças que transportam hoje mochilas muito pesadas começam cedo a ter problemas de coluna, sendo alguns dos mais conhecidos, a hiperlordose lombar, a hipercifose torácica, a escoliose, as hérnias discais, entre outras ocorrências”, os peticionários “solicitam a intervenção da Assembleia da República, legislando sobre esta matéria, com caráter de urgência, de modo a resolver este grave problema de saúde pública”.

Na petição, que tem como primeiros subscritores incluem o ator José Wallenstein, a jornalista Cláudia Pinto, os médicos fisgaras Joaquim Sancho e Paulo Sampaio Rodrigues, bem como a Confederação Nacional de Associações de Pais e as Sociedades de Medicina Física e de Reabilitação, de Neuropediatria, de Oropedia e Traumatologia, e de Patologia da Coluna Vertebral, são avançadas algumas propostas, entre as quais uma legislação, “com caráter definitivo, que veicule que o peso das mochilas escolares não deve ultrapassar os 10% do peso corporal das crianças”; que as “escolas públicas e privadas de todo o país disponibilizem cacifos”; e que alterem os critérios de produção dos manuais, reduzindo o seu peso ao mínimo possível.

Em declarações à TSF, Joana Mortágua, do Bloco de Esquerda, afirmou que a situação é alarmante e lamenta que se tenha chegado ao ponto de ser necessária a intervenção do Parlamento.

A dirigente bloquista enumerou ainda algumas medias que podem ser ponderadas. Assinalando que pode ser uma boa ideia criar um grupo de trabalho, Joana Mortágua referiu ainda a digitalização dos livros, a necessidade de enfrentar as editoras que fazem vários livros para uma disciplina e a colocação de cacifos nas escolas.

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