Palestina

“Paz será alcançada quando Palestina vir reconhecido direito à autodeterminação”

23 de maio 2024 - 16:14

Mariana Mortágua frisou que o Bloco não se revê nas declarações do Presidente da República sobre a Palestina e exigiu que o Governo português se pronuncie sobre se respeita o mandado do Tribunal Penal Internacional, à semelhança do que já fizeram a Alemanha e a França.

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Mariana Mortágua
Foto Esquerda.net.

Em declarações aos jornalistas na Assembleia da República, Mariana Mortágua frisou que o Bloco não se revê nas declarações do presidente da República sobre a não disponibilidade do Estado português para reconhecer o Estado da Palestina e condenou a política de genocídio e limpeza étnica por parte do governo israelita.

A líder bloquista enfatizou que é necessário que o Governo português se posicione sobre os crimes de guerra que estão a ser cometidos, defendendo que “a paz será alcançada quando a Palestina vir reconhecido o seu direito à autodeterminação, que é um direito que reconhecemos para todos os Estados”.

Mariana lembrou ainda que o Bloco já apresentou um projeto de resolução nesse sentido, e que chamou o ministro dos Negócios Estrangeiros ao Parlamento para justificar a posição do Estado português.

De acordo com a coordenadora do Bloco, é preciso ainda “quebrar o silêncio” sobre o mandado do Tribunal Penal Internacional em relação a Benjamin Netanyahu.

A este respeito, Mariana recordou que Alemanha e França já vieram apoiar o TPI, dizendo que respeitam o seu mandado e que procederão à detenção do dirigente israelita se estes deslocar a esses países. “Não devemos exigir menos em Portugal”, vincou.

A líder bloquista assinalou que Portugal apoiou sempre o TPI, inclusive no que respeita ao mandado sobre os crimes de Putin na invasão da Ucrânia, pelo que o país deve continuar a pugnar pelo “respeito pelo direito internacional, pelos direitos humanos e contra os crimes de guerra que estão a ser cometidos”.

“Governo desce impostos de quem recebe os salários mais altos dos mais altos”

Mariana pronunciou-se ainda sobre a medida do Governo que prevê uma taxa de IRS máxima de 15% para jovens até 35 anos. A coordenadora do Bloco apontou que 75% dos jovens ganham 1000 euros, e que um jovem que ganhe 1500 paga 13% de IRS. Ou seja, esta é uma medida que visa “descer impostos de quem recebe os salários mais altos dos mais altos”.

Acresce que a mesma não contempla “várias gerações que se confrontam com enormes dificuldades”, e que apanharam “a crise da troika, da pandemia, da inflação, da crise da habitação e que não têm qualquer medida direcionada a si”.

Nesse sentido, Mariana considera que esta é uma “medida injusta” e que “deixa de fora a grande maioria das pessoas que ganham salários reais em Portugal”.

Por outro lado, a dirigente bloquista referiu a importância da proposta do Bloco que visa deduzir juros do crédito à habitação no IRS, uma medida que, segundo advoga, faria “toda a diferença” e que, estando a ser discutida na especialidade, depende da vontade de PSD e PS”.