Persona non grata

Parlamento português condena decisão de Israel contra Guterres

09 de outubro 2024 - 18:44

Com a oposição do Chega e da Iniciativa Liberal, a comissão parlamentar dos Negócios Estrangeiros aprovou a condenação e repúdio da decisão do governo israelita de declarar “persona non grata” o secretário-geral da ONU.

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Parlamento
Foto de Ana Mendes.

Os votos de condenação apresentados pelo Bloco de Esquerda e PS foram consensualizados para permitir a aprovação de um texto único, no qual “a Assembleia da República condena veementemente e repudia as declarações e a decisão anunciada pelo ministro dos Negócios Estrangeiros de Israel, Israel Katz, de declarar 'persona non grata' o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, banindo a sua entrada no território de Israel”. O voto teve também o apoio do PSD e a oposição do Chega e da Iniciativa Liberal.

Os dois partidos mais à direita representados na comissão parlamentar recusaram condenar as declarações do chefe da diplomacia israelita que afirmou que António Guterres “apoia terroristas, violadores e assassinos”.

Foi no dia 2 de outubro que o ministro dos Negócios Estrangeiros israelita, Israel Katz, anunciou ter declarado António Guterres persona non grata no país, criticando-o por não ter condenado de forma explícita o ataque massivo do Irão a Israel na noite anterior.

Até a momento, a reação do governo português à decisão de Israel limitou-se a um apelo de Rangel ao ministro que insultou Guterres para “reconsiderar a decisão” de o considerar persona non grata.