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Parlamento não proíbe medicamento fatal para abutres e águias

Esta sexta-feira, a Assembleia da República votou a não proibição do diclofenac, um medicamento veterinário que é fatal para abutres e águias. Bloco considera que tal “poderá levar a que os esforços de recuperação das espécies sejam colocados em causa”.
Fotografia: commons/wikimedia.org
Fotografia: commons/wikimedia.org

Esta decisão faz com que se mantenha uma séria ameaça a várias espécies protegidas e à saúde pública. Assim, evitar o risco que o fármaco acarreta continuará nas mãos da Direção-Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV).

Segundo pode ler-se no site da Palombar - Associação de Conservação da Natureza e do Património Rural, José Pereira, presidente da organização, considera que “a decisão de não proibir a comercialização do diclofenac para uso veterinário é incompreensível, tendo em conta que já existem evidências científicas robustas de que este medicamento é fatal para abutres e águias" e salienta "que os procedimentos mitigadores do seu impacto nas aves necrófagas são falíveis".

“Esta decisão pode colocar em causa todo o trabalho que tem sido desenvolvido por diversas associações e entidades em prol da conservação das aves necrófagas com estatuto de conservação desfavorável em Portugal, porque continua a colocar em risco estas aves que são fundamentais para o equilíbrio dos ecossistemas”, acrescenta.

A Palombar informa ainda que existem outros anti-inflamatórios e analgésicos que são inócuos para as aves e que poderiam ser usados mesmo que o diclofenac fosse proibido.

“Estamos desiludidos com esta decisão, que não serve nem as aves nem as pessoas, e pela qual podemos todos vir a pagar caro. Os abutres têm um papel importantíssimo no controlo de doenças nos nossos campos – sem eles, corremos o risco de enfrentar graves problemas de saúde pública”, diz Joaquim Teodósio, coordenador do Departamento de Conservação Terrestre da Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves (SPEA), de acordo com o website da Palomar. “Resta-nos agora esperar que a DGAV decida a favor da saúde dos nossos campos”, conclui.

Em declarações ao Esquerda.net, Maria Manuel Rola, deputada do Bloco, afirma que a utilização do medicamento “poderá levar a que os esforços de recuperação das espécies sejam colocados em causa assim como à extinção das espécies”.

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