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Parlamento catalão aprova orçamento que prevê referendo

A referência explícita à realização do referendo é mais um desafio a Madrid. O exército espanhol vai enviar 100 tanques para a Catalunha no segundo semestre do ano.
Parlamento da Catalunha
Foto Parlamento da Catalunha/Instagram

A aprovação do orçamento catalão ficou marcada pela tensão criada com a inclusão de uma referência explícita à realização de um referendo sobre a independência, organizado pelo governo.

A coligação Juntos pelo Sim, que integra a CiU e a ERC, acabou por não avançar com a sua emenda que tinha sido declarada contrária à Constituição e acabou por apoiar as emendas propostas pela CUP e pela aliança do Podemos na Catalunha (Sí que es Pot). A primeira mantém a referência ao referendo, eliminando a parte que referia que se iria realizar “no marco da lei vigente no momento da sua convocatória”, ou seja, abrindo a porta a uma iniciativa unilateral por parte da Catalunha. A segunda emenda, também aprovada, refere a necessidade de uma consulta negociada, pelo que caberá agora à Mesa da Assembleia harmonizar os dois textos à partida contraditórios.

Ante a decisão que choca de frente com o entendimento da justiça espanhola, que recentemente condenou o ex-líder do governo catalão Artur Más a dois anos de inelegibilidade para cargos públicos por ter tentado organizar um referendo em 2014 – igualmente proibido e depois realizado sob a forma de consulta popular – as bancadas do PP, PSE e Ciudadanos abandonaram o plenário, recusando-se a votar as emendas sobre o referendo. O orçamento acabou por ser aprovado com o apoio da CUP.

Governo confirma envio de cem tanques para a Catalunha

No meio da tensão política provocada pelo desejo de autodeterminação da Catalunha, o exército espanhol confirmou os seus planos de criar pela primeira vez uma unidade blindada, com cem tanques a caminho da base de Sant Climent Sescebes.

O Exército de Terra na Catalunha conta com cerca de 1500 efetivos mas nunca dispôs de uma unidade de blindados. O exército diz que os tanques vão chegar no segundo semestre do ano e que as mudanças se inserem no processo de reorganização do Exército, dando a estas Brigadas Orgânicas Polivalentes o mesmo tipo de capacidades em todo o território.

 

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