Uma notícia do jornal Público deste sábado 28 de setembro tem o título "Esquerda viabilizou moção do Chega por mais poderes para a Polícia Municipal de Lisboa" e relaciona essa moção do Chega com a ordem ilegal de Carlos Moedas em querer atribuir à Polícia Municipal competências de polícia criminal.
Numa nota emitida pela bancada municipal do Bloco, as e os eleitos bloquistas na Assembleia Municipal de Lisboa dizem que "essa relação por parte do jornal é falsa e abusiva, até porque a parte resolutiva da moção do Chega - a que efetivamente é votada - nada tem que ver com o a ordem ilegal de Moedas".
A moção do Chega na AML pedia no seu primeiro ponto que a Polícia Municipal pudesse ser um "verdadeiro quadro ativo" e não tendo apenas "funções essencialmente administrativas". Os autarcas bloquistas lembram que a lei quadro que define o regime e forma de criação das polícias municipais "define um conjunto de competências às polícias municipais que só por escolha do Presidente da CML não são realizadas". Já o segundo ponto resolutivo pedia mais agentes para a polícia municipal, quando a própria CML admite que faltam 200 efetivos.
O Bloco de Esquerda "sempre defendeu que era necessária mais fiscalização em Lisboa, nomeadamente sobre a crise do lixo, no incumprimento da lei do ruído ou ainda na fiscalização dos 8000 Alojamentos Locais ilegais que Moedas se recusa a fiscalizar", prossegue a nota, acrescentando que "da mesma forma, defendemos uma polícia de proximidade e não militarizada". No entanto, ressalvam, "por não nos revermos nos considerandos e por nos opormos à visão do Chega para a polícia, abstivemo-nos nessa moção".
Quanto à proposta de Carlos Moedas de alterar as competências da polícia municipal, o Bloco considera-a "ilegal e que não esteve no debate da AML uma semana antes".
Assim, as eleitas do Bloco de Esquerda na AML consideram que "é necessário a melhoria das condições de trabalho da polícia municipal e o seu trabalho de fiscalização", mas mantêm a sua "oposição total à política do Chega e à ordem ilegal de Moedas", pelo que consideram a relação feita pelo Público "falsa e abusiva".