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Papa propõe suspensão temporária das patentes das vacinas

Francisco criticou a “variante do vírus” que coloca “as leis do mercado ou da propriedade intelectual acima das leis do amor, da saúde e da humanidade”.
Francisco relembra que “não saímos iguais de uma crise: ou saímos melhor ou pior”.
Francisco relembra que “não saímos iguais de uma crise: ou saímos melhor ou pior”. Foto de Riccardo Antimiani via EPA/ANSA/Lusa.

Numa mensagem de vídeo transmitida este sábado num concerto de angariação de fundos para a distribuição de vacinas em todo o mundo, organizado nos Estados Unidos da América, o Bispo de Roma apelou a “um espírito de justiça” que mobilize o mundo para “gerar um modelo económico diferente, mais inclusivo, justo e sustentável”.

Seguindo o exemplo do Presidente dos EUA, que suspendeu as patentes das vacinas contra a Covid-19 para permitir a produção livre noutros países, algo que tem sido sucessivamente rejeitado pela União Europeia apesar das propostas da Esquerda Europeia (onde se inclui o Bloco de Esquerda), o Papa defendeu “o acesso universal à vacina e a suspensão temporária dos direitos de propriedade intelectual”.

E alerta para as “variantes do vírus”, definidas por um lado pelo “nacionalismo fechado, que impede, por exemplo, uma internacionalização das vacinas”, bem como a “outra variante, quando colocamos as leis do mercado ou da propriedade intelectual acima das leis do amor, da saúde e da humanidade”.

E identificou uma terceira variante: “quando criamos e promovemos uma economia doentia, que permite que uns poucos muito ricos possuam mais do que todo o resto da humanidade, e que os modelos de produção e consumo destruam o planeta, nossa casa comum”.

Para o líder da igreja católica, a pandemia está a contribuir “para o agravamento das crises sociais e ambientais”. E relembra que “não saímos iguais de uma crise: ou saímos melhor ou pior”.

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