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Papa Doce: Salários em atraso acumulam-se em empresa com apoios públicos

O site despedimentos.pt tem vindo a denunciar, há mais de um ano, os atropelos laborais na Papa Doce, com sede na Amadora. Bloco de Esquerda questionou o Governo, defendendo que esta situação “exige uma rápida intervenção”.
Empresa Papa Doce. Foto de despedimentos.pt

De acordo com o despedimentos.pt, a Papa Doce, empresa do ramo alimentar sediada na Amadora, continua a não pagar os salários aos seus trabalhadores. “Esta situação de salários em atraso, que se mantém há cerca de um ano, está a agravar-se e a deixar as cerca de duas dezenas de trabalhadores em situação muito difícil”, escreve o despedimentos.pt. Neste momento, encontram-se por pagar os salários de fevereiro, março e abril de 2021.

Acresce que a empresa terá também obrigado os funcionários a tirar férias no atual mês de maio, sem pagar o subsídio de férias correspondente.

A Papa Doce, que reiteradamente tem faltado às suas obrigações perante os trabalhadores, está a beneficiar atualmente do apoio extraordinário à retoma progressiva de atividade.

Os relatos dão ainda conta de que existe uma notória degradação das condições de trabalho, que levaram à recente demissão do seu diretor e ao pedido de cessação do contrato de trabalho por parte de alguns trabalhadores. As denúncias falam ainda numa tentativa de desmoralizar e empurrar os trabalhadores para desistirem dos postos de trabalho, retirando-lhes as suas funções.

Situação “exige uma rápida intervenção”

Num conjunto de questões enviadas à Ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, José Soeiro e Isabel Pires destacam que “a difícil situação em que se encontram estes trabalhadores, perante o flagrante incumprimento por parte da empresa, exige uma rápida intervenção”.

Os deputados do Bloco de Esquerda lembram que, desde há cerca de um ano, foram efetuadas várias denúncias à Autoridade das Condições do Trabalho (ACT) sobre “a situação que se vive na empresa e o persistente incumprimento do pagamento dos salário”.

“No entanto, apesar das denúncias e da insistência dos trabalhadores, segundo as informações que nos chegaram, não foi ainda realizada qualquer ação inspetiva por parte da ACT”, escrevem.

Tendo em conta que a empresa está a beneficiar de apoio público para a manutenção da sua atividade e dos postos de trabalho, o Bloco pretende saber de que forma o Governo irá atuar para impor a imediata regularização no pagamento dos salários e a assegurar que são tomadas medidas para a viabilização da empresa. Assim como questiona quais as diligências inspetivas já realizadas e seus resultados, bom como que medidas foram ou vão ser tomadas.

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