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Pandemia expôs crónica falta de investimento no SNS, acusa a FNAM

Para a Federação Nacional dos Médicos, a pandemia tornou claro que o Serviço Nacional de Saúde tem sofrido de uma falta de investimento crónico, comprovado pela falta de materiais e pela falta de motivação dos profissionais.
Foto de Paulete Matos.

O Conselho Nacional da Federação Nacional dos Médicos (FNAM) aprovou este fim de semana propostas que visam restruturar as carreiras dos médicos bem como a sua remuneração, contribuindo assim para a valorização destes profissionais, que contribuirá também para uma valorização do SNS.

Em comunicado, a FNAM, citada pela Lusa, considera que “os médicos têm sido sucessivamente desconsiderados, desmotivados e mesmo maltratados, levando-os a crer que o SNS não lhes reserva qualquer perspetiva de futuro”, indicando ainda que “desde a crise de 2012 que os médicos foram o grupo profissional que mais perdeu poder de compra”.

Referem também que “a Carreira Médica, pensada e definida em 1961, tem sido alvo de consecutivos ataques por parte de interesses particulares, que a veem como uma área de negócio crescente e que negam o direito de acesso universal à saúde”, sublinhando que a elevada carga horária, a falta de matérias, a exaustão física e psicológico e mesmo a exposição ao perigo de infeção foram agora colocadas a nu pela pandemia da covid-19, embora já estivessem presentes.

Para a FNAM é necessário que se valorize o trabalho desempenhado pelos médicos. E foi nesse intuito que aprovou este fim de semana uma proposta de restruturação da carreira e da retribuição destes profissionais ao mesmo tempo que fazem propostas tendo em vista a redução das listas de espera.

A Federação pretende também dar a conhecer aos seus associados, ao Ministério da Saúde e aos grupos parlamentares uma alteração do processo de reforma hospitalar que estes propõem.

No sábado passado foi publicado em Diário da República o Programa de Estabilização Económica e Social (PEES), que prevê a contratação de cerca de 3000 profissionais para o SNS, num investimento de cerca de 100 milhões para a saúde.

Segundo o Público, entre os 2995 profissionais que serão contratados 1320 são assistentes operacionais, 912 enfermeiros e 480 assistentes técnicos. A forma como está definida a lista de contratações desagrada à FNAM que considera através do seu dirigente sindical Noel Carrilho que “todas as classes profissionais fazem falta no SNS, mas não se compreende a ausência de médicos.”

Já o secretário-geral do Sindicato Independente do Médicos, Jorge Roque da Cunha, considera que foram criadas expetativas pelo anúncio de investimento que não serão cumpridas considerando mesmo que este investimento “é uma mão cheia de nada”.

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