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Pandemia cancelou quase um milhão de consultas e cirurgias

Dados foram divulgados pela ministra da Saúde em audição parlamentar. Moisés Ferreira lembrou que a região de Lisboa e Vale do Tejo tem especificidades que debilitam a sua capacidade de resposta e que são urgentes as medidas que resolvam esses problemas a médio prazo.
Fotografia de Paulete Matos.

Marta Temido, ministra da Saúde, foi ouvida na Assembleia da República e divulgou alguns dados sobre o impacto da pandemia de covid-19 no funcionamento do Serviço Nacional de Saúde (SNS).

Segundo a ministra, os hospitais do SNS fizeram até maio de 2020 menos 902 mil consultas e menos 85 mil cirurgias em comparação com os números do período homólogo. 

Em audição na Comissão Parlamentar de Saúde, Marta Temido explicou que, do total de 902 mil consultas que não tiveram lugar, 371 mil eram primeiras consultas. Defendeu igualmente a necessidade de retomar a atividade assistencial suspensa na fase inicial da pandemia.

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Posted by Moisés Ferreira on Wednesday, 1 July 2020

Moisés Ferreira esteve presente na audição da Comissão de Saúde e lembrou que a região de Lisboa e Vale do Tejo, atualmente a lidar com vários picos de infeção, tem “especificidades que debilitam a sua capacidade de resposta: imensos utentes sem médico de família e metade dos médicos de saúde pública na região Norte”, entre outros. Para o deputado bloquista, são “precisas medidas para resolver estes problemas a médio prazo, nomeadamente com o aumento de vagas para especialidade”. 

Além disso, e reconhecendo a urgência de retomar as consultas e cirurgias que não tiveram lugar no SNS, Moisés Ferreira recordou que o perfil das pessoas com resultados positivos para a covid-19 nos focos de infeção observados na região de Lisboa e Vale do Tejo tem uma grande marca socioeconómica.

“Olhando para as resoluções do Conselho Ministros não se vê nenhuma medida sobre transportes, habitação, trabalho temporário”, criticou o deputado. 

O reforço do SNS é também urgente para responder aos futuros desafios que a pandemia trará. 

“O Orçamento Suplementar para 2020 é muito insuficiente para isso e não é com a Liga dos Campeões que o SNS se reforçará”, concluiu. 

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