Lembrando que, na sua intervenção, Juncker assinalou que quer "que a União Europeia (UE) tenha triplo A social”, em referência à máxima nota possível da qualificação do risco da dívida, a eurodeputada bloquista referiu que “não deixa de ser surpreendente” que o novo presidente da Comissão Europeia (CE) “tenha apenas falado do desemprego no minuto 34 do seu discurso e apenas durante 30 segundos”.
“Ao maior problema da União Europeia, o senhor dedicou 30 segundos. É muito significativo”, destacou Marisa Matias.
“O senhor Juncker diz que o seu principal trunfo é ter quatro ex primeiros-ministros e dezanove ex ministros, ou seja, 23 dos 28 comissários vêm diretamente dos governos, vêm diretamente do Conselho para a Comissão. Nós já sabíamos que o Conselho tinha colonizado as instituições europeias, mas é lamentável que, pela sua mão, o Conselho esteja a fazer uma OPA hostil à Comissão Europeia”, avançou ainda a dirigente bloquista.
A eurodeputada acusou o presidente da CE de, nas pastas económicas, não prometer “nada a não ser a continuação da política desastrosa para as periferias da Zona Euro” e sublinhou que “com este programa e este colégio de comissários os mercados podem ficar descansados, já que serão eles que vão continuar a mandar nos corredores da Comissão”.
“A sua Comissão do triplo A social tem uma nova marca, mas a marca não corresponde ao produto, trata-se apenas de publicidade enganosa”, rematou Marisa Matias.