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Ordem dos Médicos alerta para funcionamento “em modo crise” das maternidades

A falta de especialistas em ginecologia e obstetrícia na SNS colocou quase todos os hospitais “sempre em cima do limite”, alerta a Ordem dos Médicos.
Falta de especialistas ameaça qualidade do serviço prestado nas maternidades e sobrecarrega velhos e novos profissionais. Foto German Tenorio/Flickr

A edição desta segunda-feira do jornal Público cita as palavras de João Bernardes, o presidente do colégio da especialidade em ginecologia e obstetrícia da Ordem dos Médicos, para ilustrar a situação atual nesta especialidade médica nos hospitais públicos.

“Todos os dias tem que se resolver um problema de uma pessoa que falta. Não pode adoecer ninguém. Uma licença de gravidez é um pânico”, diz João Bernardes. A falta de especialistas colocou os hospitais públicos a “gerir os serviços em modo crise” de forma permanente. Para deixar de ser assim, acrescenta, seriam necessários mais 71 especialistas. E o período de férias que se avizinha vai complicar ainda mais a situação.

“Se tivermos duas pessoas, em vez de quatro, para assistir a cinco partos por dia, obviamente haverá metade da atenção a cada grávida. A humanização cai por terra”, afirmou João Bernardes ao Público.

O envelhecimento dos profissionais no ativo, que aos 50 anos podem deixar de trabalhar à noite e aos 55 anos deixar de fazer urgências, coloca pressão adicional sobre os blocos de parto. “O problema é que não se contratou ninguém durante dez, 15 anos. Então temos os mesmos 20 especialistas num serviço médio [com 2000 partos por ano], mas metade já não deveria fazer urgências”, acrescenta o médico, alertando para a "sobrecarga dos mais novos" e o "esforço" dos mais velhos que se voluntariam para continuar a fazer urgências.

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