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Open Arms denuncia abandono de navio pela Europa

A Open Arms, organização humanitária espanhola, denunciou que o seu navio com 151 migrantes a bordo foi abandonado pela Europa no centro do Mediterrâneo. O barco está há 12 dias à espera de um porto para desembarcar. Pureza salienta a urgência em resolver-se mais um caso de urgência humanitária.
Fotografia: Proactiva Open Arms)
Fotografia: Proactiva Open Arms)

No barco, encontram-se 151 pessoas resgatadas em três operações diferentes. Foram todas salvas do mar após terem partido da Líbia. A tripulação do navio espera um agravamento das condições do mar nas próximas horas.

Através das redes sociais, a Open Arms disse que “cada dia que passa é mais difícil”. “É o infame silêncio da Europa. A falta de humanidade e empatia torna-os mais culpados”, pode ler-se. A organização aponta o dedo aos países da Europa que não permitem o desembarque destes migrantes salvos no Mediterrâneo, numa das rotas de migração mais perigosas e letais do mundo.

O navio encontra-se a cerca de 50 quilómetros da costa de Lampedusa, ilha italiana, mas a proibição de Matteo Salvini, ministro do Interior do país, impede-o de desembarcar. O ministro de extrema-direita ameaça com multas e apreensão do barco.

Itália diz que, como o navio é espanhol, os migrantes são responsabilidade de Espanha. O ministro do Fomento espanhol afirma que o capitão do navio humanitário “não tem capacidade legal” para pedir asilo para os imigrantes resgatados.

Em declarações ao Esquerda.net, José Manuel Pureza, afirmou que esta situação é “mais um caso de negação de direitos básicos”, lembrando que estes migrantes “fugiram de uma guerra, de uma situação de perturbação extrema da ordem” com o intuito de "terem as suas vidas seguras”. “Uma Europa que se rende aos ditames de Salvini para impedir o desembarque destas pessoas é uma Europa que só dá sinais de cumplicidade com a política de extrema-direita que faz dos migrantes uma espécie de bode expiatório de todas as más políticas da Europa”, considera o deputado.

Assim, no seu entender, é “muito importante que as autoridades europeias vão contra esta condenação de extrema-direita para com pessoas indefesas”. “O governo português”, relembra, “em casos anteriores deu sinais que consideramos positivos de acolhimento de pessoas que estão nestas condições”. Assim, “é muito importante que aconteça de novo e com urgência, que a diplomacia portuguesa se  junte para, conjuntamente com outras diplomacias de outras Estados europeus, poder resolver rapidamente esta situação de emergência humanitária que se soma a outras situações que estão a acontecer”, afirmou, lembrando o caso dos 356 migrantes que aguardam a bordo do navio Ocean Viking, fretado pelos Médicos Sem Fronteiras e pela SOS Mediterranée.

“Pela nossa parte, faremos o que estiver ao nosso alcance para sensibilizar a diplomacia portuguesa para uma ação de natureza humanitária”, garante José Manuel Pureza.

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