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ONU quer "mudança radical" na agenda de mulheres, paz e segurança

Diretora da ONU Mulheres repudia avultados gastos militares em detrimento de investimento em saúde, educação, segurança alimentar e proteção social.
Foto GUE/NGL.

No seu balanço sobre a implementação da Resolução 1325 sobre mulheres, paz e segurança, adotada em outubro de 2000, a diretora da ONU Mulheres afirmou que em 23 anos "não se alterou significativamente a composição das mesas de negociação de paz, nem se alterou a impunidade daqueles que cometem atrocidades contra mulheres e raparigas".

“É óbvio que precisamos de uma mudança radical de direção”, defendeu Sima Bahous, referindo o Afeganistão como "um dos exemplos mais extremos da regressão dos direitos das mulheres". E citou a guerra na Ucrânia, onde "as mulheres e os filhos representam 90% dos quase oito milhões de ucranianos forçados a partir para outros países".

A representante da ONU Mulheres destacou ainda os avultados gastos militares, lamentando que a pandemia não tenha contribuído para repensar esta opção, apesar da crise global ter revelado o valor dos cuidadores e a importância de investir em saúde, educação, segurança alimentar e proteção social.

“Em vez disso, esses gastos continuaram a crescer, ultrapassando a marca de dois mil milhões de dólares, mesmo sem os gastos militares significativos dos últimos meses (…) Nem a pandemia nem os problemas da cadeia de fornecimento impediram outro ano de aumento nas vendas globais de armas”, enfatizou.

A ONU considera que é fundamental encontrar “melhores formas de apoiar a sociedade civil e os movimentos sociais” nos países flagelados por conflitos.

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