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“O transporte ferroviário é a coesão do país”

Da linha do Vouga à Feira de Espinho, o Bloco arrancou as suas jornadas parlamentares de comboio. Catarina Martins e Pedro Filipe Soares defenderam a ligação desta linha à linha do Norte e a prioridade do investimento público na ferrovia.
Foto de Paula Nunes

A partir do exemplo da degradação da linha do Vouga, Catarina Martins considerou que “o programa de investimentos na ferrovia pode ter servido para ligar PS e PSD mas não serviu para ligar o país pela ferrovia porque os transportes ferroviários que podem servir as populações todos os dias foram esquecidos.”

O Bloco defendeu a ligação desta linha à linha do Norte, tal como aconteceu com a linha de Guimarães tendo passado de “300 mil passageiros para dois milhões de passageiros”. Conectar e modernizar as pequenas linhas ferroviárias seria a forma do transporte ferroviário ser uma opção “que todas as famílias podiam ter” e de trabalhar “pelo desenvolvimento do país”.

Segundo a coordenadora do Bloco “aí, sim, estaríamos a trabalhar sobre as alterações climáticas” porque “retirávamos carros da estrada, diminuíamos as emissões poluentes, fazíamos reconversão energética”. Catarina Martins respondeu assim ao Ministro do Ambiente que se pronunciou sobre “como é que as pessoas devem ou não pensar as suas opções de transporte individual”, sublinhando “que a responsabilidade do Estado para com as alterações climáticas não é cobrar às pessoas o carro que podem ou não comprar mas sim dar-lhes uma alternativa de transporte coletivo não poluente”.

A mesma mensagem quis transmitir Pedro Filipe Soares que frisou que a linha do Vouga é a última linha de bitola estreita do país “o que demonstra como há uma ausência de investimento numa infraestrutura importante para um distrito como Aveiro”.

O presidente do Grupo Parlamentar do Bloco considerou ainda um “desincentivo para que as pessoas utilizem a ferrovia” a distância de 500 metros que é preciso percorrer na estação de Espinho para passar de uma a outra linha mesmo que “esteja a chover”. E lembrou que o Bloco já apresentou e conseguiu fazer aprovar em 2018 um projeto sobre esta questão. Só que o plano concebido pela Infraestruturas de Portugal para a linha de Vouga ignorou essa ligação, o que avaliou como “inconcebível” e “um desrespeito pela Assembleia da República mas acima de tudo um desrespeito pelas necessidades de mobilidade das pessoas.”

O deputado apresentou outros exemplos de problemas nesta linha como a continuidade até Aveiro e a ligação entre Sernada do Vouga e Oliveira de Azeméis “que era feita por táxi o que é o exemplo da falta de investimento.”

Para o Bloco, o investimento público na linha do Vouga beneficiaria os movimentos pendulares de “quem trabalha ou estuda no Porto vindo de Oliveira de Azeméis, Santa Maria da Feira, São João da Madeira”. E seria igualmente “reprodutor de crescimento económico, de emprego e de valorização da resposta às alterações climáticas.”

Pedro Filipe Soares concluiu a sua tomada de posião notando que houve “um deputado que não pode viajar connosco”. E questionou: “se tivessem de cadeira de rodas, se tivessem alguma dificuldade de mobilidade, na viagem que fizemos, como é que conseguiam entrar no comboio?” A resposta do deputado é que tal não é possível daí que “mais uma vez este investimento público que escasseia coloca problemas e prejuízos à vida das pessoas.”

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