Está aqui
O Hip Hop nasceu há 41 anos
Por causa das festas que organizava, as “block parties”, Clive Campbell, que viria a ser conhecido como DJ Kool Herc, é considerado o fundador do hip hop. Na ocasião, deu conta que o público divertia-se mais, quando tocava a parte mais rítmica das canções de funk de James Brown na ausência da letra (os chamados breaks).
Herc decidiu tirar a agulha do gira-discos, voltando manualmente para o início do break e repetinndo tantas vezes quanto necessário. Naquela festa, utilizou 2 discos iguais em 2 aparelhos para reproduzir os breaks, um após outro, prolongando a canção. No caso, foi uma versão de “Give it Up or Turnit Loose” do LP “Sex Machine”.
Esse movimento ficou conhecido como “Break Beat”. Naquela noite, o seu amigo, Coke la Rock, pegou no microfone e começou a cantar improvisadamente por cima dos breaks, num estilo que hoje é mundilamente conhecido como “rap”. Cpke la Rock é considerado o primeiro MC (mestre de cerimónia) na história do hip hop.
Naquela época, o Bronx encontrava-se em ebulição, após uma transformação urbana violenta causada pela especulação imobiliária, que levou à saída de milhares de moradores. Com a desvalorização dos imóveis, os proprietários provocavam incêndios criminosos para serem indemnizados pelos seguros.
Esse cenário contribuiu para a explosão de gangues juvenis violentas. Mas, naquela época, Herc organizava festas sem que houvessem lutas de gangues. Os bailes tornaram-se uma alternativa para os jovens do bairro. Aos casais que ensaiavam novos passos de dança a cada break beat, chamou-os de "B-Boys e B-Girls" – "b" de break.
O estilo de Campbell foi incorporado por figuras conhecidas: Grandmaster Flash e Afrika Bambaata. Foram depois estabelecidos quatro pilares essenciais da cultura hip hop: o Rap, o Djing, a Breakdance e o Graffiti.
O hip hop e o rap saíram do underground e foram incorporados na cultura pop ocidental, mas, mesmo assim, estes estilos continuam a ser a principal expressão cultural e forma de protesto contra as injustiças, por parte de muitas minorias e comunidades pobres.
Comentários
Viva,
Viva,
Não posso deixar de louvar a inclusão deste artigo no vosso "espaço", contudo... já que o fizeram, façam-no bem até ao fim! :)
Há que citar as fontes... e parece-me que parte do discurso sobre Kool Herc vem, directa ou indirectamente, da wikipedia e, talvez por isso, existam algumas afirmações que poderão não ser assim tão factuais.
Clive Campbell era/é um DJ e se é, sem qualquer dúvida, o criador da técnica que veio tornar possível e desenvolver a linguagem sonora com que o Hip Hop se expressa. Contudo, o Hip Hop não é um som... é uma cultura, pelo que Kool Herc não deve (apesar de poder) ser considerado o pai do Hip Hop. Por outro lado, Afrika Bambaataa afirmou-se pela junção de ideias e elementos que viriam dar corpo e forma à corrente cultural de que falamos. (A Zulu Nation, fruto de Bambaataa com que se estabeleceram os quatro elementos dos Hip Hop, foi criada a 12 de Novembro de 1973 - data assumida por muitos como a da criação do Hip Hop.)
Além disto, o primeiro loop não foi, com alguma certeza, "montado" com a “Give it Up or Turnit Loose” do James Brown... foi com esta música que Kool Herc demonstrou o "The Merry Go Round", técnica na qual o DJ cruzava e/ou misturava duas músicas no momento do break (passagem, sem voz, na qual a bateria se destaca). Podemos encontrar em alguns livros e documentários a referência à música "Apache", lançada pelos The Shadows em 1960, como o primeiro loop montado, não podendo também deixar de frisar a importância do Amen Break, que ainda hoje caracteriza as rodas de "breakdancers".
Enfim... Ainda falta desbravar o mito de que Hip Hop é um estilo sonoro... Não! Hip Hop é uma cultura urbana de expressão pessoal, de informação da comunidade, de partilha e conhecimento puro, mas, acima de tudo... liberdade!!!
Basta ver que se faz Hip Hop dos dois lados do conflito da Palestina, assim como se faz Hip Hop americano, instruído e com o intuito de divulgar informação, dentro dos EUA e contra as suas próprias figuras de poder.
Assim sendo, deixo-vos dois links...
- o primeiro remete-nos para o discurso de um dos fundadores, mas acima de tudo, uma dos grandes pensadores desta cultura: KRS-ONE - http://youtu.be/REpSdgORU5A
- o segundo, constitui uma pequena amostra daquilo que eu considero Hip Hop válido (e totalmente desconhecido) feito em português, sobre Portugal e para que alguns portugueses se percebam/conheçam melhor - http://youtu.be/Q45vROVVn5w
Com os melhores cumprimentos hipopianos,
João 'AgaH2O' Magalhães
és o mano que rima com o sam
és o mano que rima com o sam hte kid?
Viva!
Viva!
Agradeço os comentários feitos e os links sugeridos. Além disso, quero afirmar que concordo que HIP HOP não é um som e que “(…) Hip Hop é uma cultura urbana de expressão pessoal, de informação da comunidade, de partilha e conhecimento puro, mas, acima de tudo... liberdade!!!(...)”
Um grande abraço
Adicionar novo comentário