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O fel de António Costa no debate visto nas redes

O primeiro-ministro trouxe um soundbite novo e as velhas acusações sobre o voto da esquerda contra o Orçamento do PS. Catarina Martins foi “incisiva” e “eficaz”, marcando os temas que faziam a diferença.
Debate entre António Costa e Catarina Martins. Foto de José Fernandes / RTP.

No debate desta terça-feira, Catarina Martins marcou os temas. António Costa trouxe o mel e o fel, o argumento da esquerda “dar a mão à direita” a propósito do voto contra o Orçamento e lançou para a mesa propostas do Bloco que nunca considerou serem impeditivas de um acordo.

O primeiro-ministro quis entrar ao ataque afirmando que “há dois blocos, um na campanha cheio de mel e outro que atua na Assembleia cheio de fel.” Ana Gomes, considerando que Catarina Martins esteve “incisiva e eficaz no contra-ataque”, notou quem trouxe o fel para o debate e como o quis “despejar sobre o BE”.

E esta atitude do dirigente do Partido Socialista fez com que João Quadros considerasse que conseguiu fazer de polícia bom e de polícia mau ao mesmo tempo.

Já Gonçalo Cruz questionou-se a propósito desta hostilidade: “o adversário do Costa nestas eleições é a Esquerda em geral e o BE em particular? Que maravilha.”

O primeiro-ministro atacou também de início dizendo que o voto contra o Orçamento dava a mão à direita, o diligente Jovem Conservador de Direita lembrou-lhe que o conceito de bloqueio de esquerda é capaz de ter direitos de autor da direita liberal.

E Ricardo Vaz relembrou-lhe com quem o PS mais votou no Parlamento.

E o Applehead notou que o primeiro-ministro “terminou o debate a acusar o Bloco de Esquerda de ser... de esquerda” sobre a questão das privatizações e “revelou-se pouco preparado”.

Por sua vez, José Gusmão comentou como o Primeiro-Ministro “não consegue explicar a rejeição das propostas que o Bloco apresentou para aprovar o Orçamento” e, por isso, Costa usa como desculpas propostas que desde 2015 nunca foram condição para coisa nenhuma. E não serão depois de 31 de Janeiro”.

Sobre os temas que dominaram o debate, na saúde, o enfermeiro Mário Macedo lembrou que a dedicação exclusiva dos médicos do SNS defendida pelo Bloco “não é nada” daquilo que Costa afirmara e que estava no espírito da Lei da Bases da Saúde.

E o deputado bloquista Moisés Ferreira criticou a “famosa dedicação plena do PS” que afinal não quer dizer exclusividade no SNS.

E elencou os votos que pensa provarem que o governo não tem valorizado os profissionais do SNS.

Sobre trabalho, Pedro Filipe Soares contestou a ideia lançada por Costa, quando diz que "não avançamos mais no combate à precariedade devido à esquerda” realçando que foi António Costa quem “deu várias vezes a mão à direita para chumbar as propostas da Esquerda e para introduzir precariedade com o alargamento do período experimental”.

Sobre Segurança Social e o fim do duplo corte a algumas dezenas de milhar de pensionistas, Tiago Silva desmentiu o primeiro-ministro: “não é verdade que eliminar os cortes que o BE propõe nas reformas tivesse o custo de 400 milhões de euros. Nem pouco mais ou menos”.

 

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