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Novo presidente do Parlamento Europeu esteve envolvido no escândalo da Volkswagen

Marisa Matias recorda que o recém eleito Presidente do Parlamento Europeu, o conservador italiano Antonio Tajani, esteve envolvido no escândalo das emissões da Volkswagen e foi um dos braços direitos do ex-primeiro ministro italiano Silvio Berlusconi.
"A partir do momento em que uma maioria é construída com a extrema-direita, muito está dito sobre a agenda deste presidente”.

Depois de o socialista Martin Schulz ter decidido dedicar-se às questões internas da Alemanha, após dois mandatos, o Parlamento Europeu foi obrigado a eleger um novo presidente.

O antigo comissário conservador Antonio Tajani (PPE), que foi vice de Durão Barroso na Comissão Europeia foi eleito esta terça-feira na última de quatro voltas ao longo do dia, com 351 votos face aos 282 de Gianni Pittella, o seu rival mais direto dos socialistas europeus.

Marisa Matias diz não ter qualquer expetativa em relação ao italiano recentemente eleito. “É um presidente que não só esteve envolvido muito recentemente no escândalo das emissões da Volkswagen e, por alguma razão, saiu da Comissão Europeia e se refugiou no Parlamento Europeu, como também foi um dos braços direitos de Berlusconi”. Portanto, prossegue a eurodeputada do Bloco de Esquerda, “não há nada que politicamente nos una”.

“Foi, por exemplo, um dos poucos deputados, e tendo o cargo de primeiro vice-presidente do parlamento, a votar contra a Estratégia para a Igualdade entre Homens e Mulheres, o que me parece, desde logo, uma questão bastante simples para explicar porque é que não tenho expetativas”, disse a dirigente bloquista aos jornalistas, em Estrasburgo, esta terça-feira.

“Tendo, apesar de tudo, sido uma votação renhida, esta maioria é feita com o Partido Popular Europeu, com os Conservadores, com os Liberais, com o acordo prévio que foi feito antes da votação, mas também com a extrema-direita. A partir do momento em que uma maioria é construída com a extrema-direita, muito está dito sobre a agenda deste presidente”, concluiu.

Na terceira volta, a belga Helga Stevens (Conservadores e Reformistas Europeus), primeira mulher surda belga a praticar advocacia, tinha sido a terceira posicionada, com 58 votos.

A italiana Eleonora Forenza, membro da comissão executiva da Esquerda Unitária Europeia/Esquerda Nórdica Verde (GUE/NGL) - à qual pertencem Bloco de Esquerda e PCP -, foi a quarta, com 45, seguindo-se o romeno de extrema-direita Laureniu Rebega (Europa das Nações e da Liberdade), com 44, e a britânica Jean Lambert (Verdes/Aliança Livre Europeia), com 35.

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