Este sábado, em vários pontos do país, o Bloco de Esquerda esteve junto a supermercados para denunciar as consequências do aumento da inflação e criticar a ausência de medidas do governo. Em Lisboa, em frente a uma loja do Pingo Doce, três carrinhos marcados com o que se podia comprar nos últimos três anos ilustravam a perda de poder de compra dos trabalhadores.
Catarina Martins explicou que se tratava de “fazer um desenho para ver se o governo percebe”. Contrapondo à posição do governo que tem dito que não pode aumentar salários e pensões “por causa do risco da inflação”, o partido realça que “inflação nós já temos, aliás a maior dos últimos 30 anos e os salários e as pensões não aumentaram”. Defende-se exatamente o contrário: que é “preciso controlar os preços e aumentar os salários e as pensões”.
Mas não só, o Bloco assinala também que enquanto que “no carrinho de supermercado vem cada vez menos” os lucros da grande distribuição “estão a crescer como nunca” . A dirigente partidária utilizou o exemplo da cadeia de supermercados próxima da qual estava: o Pingo Doce só no primeiro semestre deste ano “apresentou mais 261 milhões de euros em lucros”. O partido defende assim a taxação dos lucros excessivos porque “é preciso fazer escolhas” e “o que não tem credibilidade é dizer que a inflação aumenta se aumentarmos salários e pensões porque como sabe toda a gente que vive do seu salário e da sua pensão os preços aumentaram os salários e as pensões é que não”.
Outubro, “o mês de todos os aumentos”
Questionada sobre que medidas espera que o governo apresente para o próximo orçamento, Catarina Martins preferiu sublinhar que “precisamos de medidas antes do orçamento” uma vez que “o mês de outubro que vai começar agora é o mês de todos os aumentos”. Neste mês, “toda a gente terá aumentos da prestação da casa, é o mês em que vai aumentar o preço da energia”.
Assim, “o controlo dos preços alimentares dos bens essenciais tem de ser feito já” porque “começa a faltar o que é mais essencial à mesa de tantas famílias e não se podem cruzar os braços ou ficar à espera que passe”.
O Bloco diz ainda que “o governo tem feito tudo para não fazer nada”. E “a cada pergunta que nós fazemos ao governo, o governo diz que vai ver, que vai pensar, que não pode fazer nada”. Só que “enquanto isso os preços disparam e as pessoas estão no desespero de não saber como é que vão pagar a prestação da casa. a conta do gás, como vão ao supermercado comprar o que é mais essencial.”