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Nas eleições europeias “definimos o nosso futuro”

Catarina Martins afirmou que Marisa Matias, cabeça-de-lista do Bloco nas eleições europeias de maio, é "toda ela compromisso e toda ela luta". “Quando lutamos pelo nosso país, temos de lutar, sim, na Europa, e é isso que a Marisa tem feito”, frisou.
Foto de Paula Nunes.

"Cada vez que alguém disser que as eleições europeias são uma coisa distante, lembrem-se que quando fizemos o acordo em novembro de 2015 com o PS, foi a Comissão Europeia que veio dizer que queria sanções contra Portugal, foi a Comissão Europeia que teve a teoria do diabo, a que depois Passos Coelho também deu voz", lembrou Catarina Martins num jantar com cerca de 350 pessoas, em Fiães, concelho de Santa Maria da Feira, enquadrado nas jornadas parlamentares bloquistas.

“Não esquecemos que os tratados europeus dizem coisa absurdas como a de limitar a contratação de enfermeiros porque o Estado está pesado, embora se aceite a contratação de privados para suprir as necessidades criadas pela falta de enfermeiros”, acrescentou.

Para a coordenadora do Bloco, é preciso voltar ao "controlo público dos setores estratégicos e ao investimento a olhar para o futuro", na medida em que "foi assim que se construiu prosperidade na Europa".

"E para o fazermos temos de levantar a cabeça, não podemos ser subservientes", vincou.

Catarina Martins afirmou ainda que as escolhas que Portugal tem pela frente "são de cá, mas são também escolhas de uma União Europeia que acha normal que um país como Portugal continue a pagar anos sem fim de crise financeira e de desmandos do sistema financeiro internacional".

"Sabem bem que ao longo desta legislatura, quando o PS precisou, o PSD deu sempre uma mãozinha a manter tudo igual no sistema financeiro", apontou.

A dirigente bloquista assinalou que, “quando lutamos pelo nosso país, temos de lutar, sim, na Europa, e é isso que a Marisa Matias tem feito”.

A eurodeputada do Bloco e de cabeça-de-lista nas eleições europeias de maio é, de acordo com Catarina Martins, "toda ela compromisso e toda ela luta", precisando apenas de "ter mais companhia com ela do Bloco de Esquerda no Parlamento Europeu".

"Vamos à luta. Que ninguém desista, que ninguém ache que as eleições europeias são pouco importantes, porque nelas definimos o nosso futuro", exortou.

“É necessário inverter os níveis mínimos históricos em investimento público"


Marisa Matias. Foto de Paula Nunes.

Marisa Matias assegurou que o Bloco está pronto para apresentar um plano económico para responder às “necessidades das pessoas e do ambiente”, defendendo que é necessário inverter os “níveis mínimos históricos em investimento público" que Portugal atingiu.

A eurodeputada teceu críticas ao Plano Juncker e ao programa Portugal 2020 e acusou o Governo de não usar os fundos comunitários para reduzir as assimetrias regionais, direcionando-os maioritariamente para Lisboa e Porto.

O executivo socialista, e, em particular, o Ministro do Planeamento e das Infraestruturas, Pedro Marques, foram também alvo de críticas devido ao ramal da Lousã.

“O Governo do PS e Pedro Marques em particular criticaram a direita por não ter feito rigorosamente nada durante quatro anos no ramal da Lousã. Mas Pedro Marques e o PS vão pelo mesmo caminho: não é a anunciar autocarros elétricos que se resolve o problema. Obviamente que é melhorzinho, mas nós queremos é investimento a sério”, destacou Marisa Matias.

“O que Pedro Marques e Costa nos dizem ao anunciar autocarros elétricos ao fim de 20 anos, e sabe-se lá para quando, é que as pessoas do ramal da Lousã podem ficar literalmente à espera do comboio na paragem do autocarro”, sinalizou a eurodeputada bloquista.

“Não estamos com Trump e Bolsonaro. Estamos com Guterres e as Nações Unidas”

Marisa Matias lembrou as relações que PSD e CDS mantiveram no passado com a Venezuela de Nicolás Maduro e falou em “oportunismos de última hora”, lamentando que a direita portuguesa ponha os “negócios à frente dos direitos humanos”.

“Nós tivemos sempre uma atitude coerente, não são eles que nos vão dar lições de moral”, afirmou, salientando que o Bloco não está, nesta questão, ao lado de Trump ou Bolsonaro, mas sim de António Guterres e das Nações Unidas.

"Temos de juntar forças"


Moisés Ferreira. Foto de Paula Nunes.

O deputado Moisés Ferreira, eleito pelo distrito de Aveiro, referiu que “temos de perceber o que queremos para a Europa e levar as pessoas a escolher um caminho de solidariedade e de emprego”.

“Nas legislativas, temos de decidir o futuro comum que queremos para o nosso país”, continuou. Em ambas as eleições, defendeu, a solução é o voto no Bloco de Esquerda.

“Temos de juntar forças”, rematou.

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