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“Não Temos Medo”, gritou-se em Barcelona

Ao meio-dia desta sexta-feira, muitos milhares de pessoas concentraram-se na cidade, fizeram um minuto de silêncio, repudiaram os atentados e gritaram “Não Temos Medo”.
Milhares de pessoas concentradas no centro de Barcelona para repudiar os atentados às 12h desta sexta-feira – Foto de Alejandro Garcia/Epa/Lusa
Milhares de pessoas concentradas no centro de Barcelona para repudiar os atentados às 12h desta sexta-feira – Foto de Alejandro Garcia/Epa/Lusa

Ao meio-dia desta sexta-feira, a cidade de Barcelona paralisou para fazer um minuto de silêncio, clamando “Não Temos Medo”.

Barcelona e a Catalunha foram brutalmente atingidas pelos atentados terroristas que provocaram a morte de mais de 14 pessoas e em que mais de cem pessoas ficaram feridas.

Atropelamento mortal de dezenas de pessoas

Na quinta-feira, cerca das 17h (hora de Barcelona, 16h de Lisboa) uma carrinha galgou um passeio e, intencionalmente, atropelou dezenas de pessoas nas Ramblas, no centro da capital da Catalunha. Pelo menos, 13 pessoas morreram e mais de cem ficaram feridas.

Horas mais tarde, o atentado foi reivindicado pelo Daesh (Estado Islâmico).

A polícia catalã anunciou que o autor do atentado nas Ramblas, terá fugido a pé e que um outro colaborador do criminoso foi encontrado morto em Sant Just Desvern, em Baix Llobregat, que fica a 12 km de Barcelona. Segundo as autoridades catalãs, ele terá sido morto após uma troca de tiros com a polícia, depois de ter forçado a passagem num controlo e ter atropelado um polícia.

Atentado em Cambrils (Tarragona)

Pouco depois da uma da madrugada, um grupo de cinco pessoas atropelou várias pessoas numa furgoneta e tentou forçar a passagem num controlo policial em Cambrils (Tarragona), cidade catalã que fica a 117 km a sudoeste de Barcelona. Na fuga à polícia, os autores do atentado atacaram pessoas com armas brancas e tinham explosivos ligados ao corpo. Segundo a polícia, uma das pessoas atacadas morreu e várias ficaram feridas. Os cinco autores do atentado foram todos mortos pela polícia.

Vítimas de 19 nacionalidades, pelo menos

Segundo os serviços da Proteção Civil da Catalunha, entre as 14 vítimas mortais e as mais de cem feridas, há pessoas naturais de 18 nacionalidades: França, Alemanha, Espanha, Holanda, Argentina, Venezuela, Bélgica, Austrália, Hungria, Peru, Irlanda, Grécia, Cuba, Macedónia, China, Itália, Roménia, Argélia e Portugal. Está confirmada a morte de uma portuguesa de 74 anos, natural de Lisboa.

De momento, foram detidas pela polícia quatro pessoas e foram mortos seis participantes nos atentados terroristas.

Atentado em investigação

Segundo a investigação policial, na noite anterior ao atentado nas Ramblas houve uma enorme explosão de gás na localidade de Alcanar (Tarragona), situada a 224 km de Barcelona. Os investigadores desconfiam que na casa onde se verificou esta explosão, que provocou um morto e sete feridos, se estaria a preparar um grande atentado terrorista. Põem também como hipótese que, devido a este fracasso, os terroristas do Daesh tenham decidido precipitar o atentado com o atropelamento nas Ramblas. Após este atropelamento, o seu autor fugiu, mas a polícia não tem a certeza de que ele continue em fuga ou tenha morrido no atentado em Cambrills.

Os investigadores têm também dúvidas sobre um atropelamento e fuga num controlo policial na Avenida Diagonal, próximo das 20h (de Barcelona). O atropelamento provocou ferimentos ligeiros em dois agentes e o condutor do veículo foi perseguido. Quando a polícia encontrou o automóvel, quilómetros depois, nele havia uma pessoa morta no assento traseiro, com ferimentos de arma branca. O que aconteceu ao condutor do veículo é algo que a polícia investiga ainda.

A polícia identificou também outro homem (em Girona, a 100 km de Barcelona), em cujo nome se encontra uma das furgonetas usadas nos atentados. O homem diz que lhe tinham roubado o carro, a polícia desconfia que ele possa ter sido um dos condutores.

O medo não vencerá”

Na tarde desta sexta-feira, 18 de agosto, Ada Colau, presidente da Câmara de Barcelona, escreveu no seu twitter: “O medo não vencerá”.

 

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