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Não é com remendos que este OE dará uma resposta à crise, diz Mariana Mortágua
Numa entrevista concentrada no processo do Orçamento do Estado para 2021, Mariana Mortágua defende o voto contra a proposta do Governo porque, diz, “o Governo apresenta-nos um orçamento de rotina, que é insuficiente nas matérias que contam e é nisso que nos devemos focar”.
“Ou fingimos que está tudo bem e que os anúncios foram suficientes, ou temos a responsabilidade de ver além dos anúncios. Não nos passa pela cabeça que um país que está à beira de uma crise continue com a desproteção social que foi imposta pela troika", afirma.
Em causa está, por exemplo, o novo apoio extraordinário que “deixa de fora trabalhadores independentes face ao apoio do ano passado. Também o subsídio de risco está muito longe da proposta que fizemos e tem uma abordagem muito limitada. São propostas que têm falhas muito grandes em aspetos essenciais. Não podemos dizer que isto é o que tínhamos proposto ou que achamos suficiente. São propostas do Governo”, explica.
Questionada sobre a postura do Bloco para o processo de especialidade do OE2021, a deputada afirma que “o Bloco de Esquerda levou estas negociações muito a sério e não desistiu em nenhum momento. Preparámo-nos muito para elas e tentámos consolidá-las o máximo possível. Não levámos o nosso programa às negociações, levámos um conjunto de propostas que achámos importantes. E iremos à especialidade exatamente com as mesmas propostas. São as que discutimos, aprimorámos e melhorámos tecnicamente. Não desistimos desse processo”.
E relembra que “o Serviço Nacional de Saúde tem sido sempre uma grande prioridade para o Bloco de Esquerda. Não é de hoje. É óbvio que olhámos para a negociação de 2020, e mesmo no Orçamento Suplementar, e isso faz-nos ter mais cautelas, porque dos 8400 profissionais que serão contratados, 4200 eram para 2020. E se há áreas em que entendemos que as medidas não foram cumpridas porque houve uma pandemia, há outras áreas em que se exige que existam avanços. E não há coisa mais preciosa para proteger do que o SNS”.
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