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Na Disney World, luta-se por salários dignos

Os trabalhadores do mega-parque de diversões de Orlando rejeitaram por 96% a proposta de contrato coletivo de trabalho. Dizem que com a “subida em flecha dos preços do arrendamento, dos alimentos e dos combustíveis nos últimos três anos, já não é possível sobreviver” com os salários pagos atualmente pela empresa.
Disney World, Orlando. Foto de Travis Wise/Flickr.

Os trabalhadores da Disney World, em Orlando, na Florida, rejeitaram esta sexta-feira massivamente a proposta de um acordo para um novo contrato coletivo de trabalho. Os sindicatos representativos de 32.000 trabalhadores informaram que o contrato de cinco anos que previa um aumento de um dólar por hora por ano foi considerado insuficiente por cerca de 96% dos votos expressos, isto é 13.650 em 14.263.

Num comício sindical, Matt Hollis, presidente do Service Trades Council Union, uma frente de seis sindicatos, citado pelo New York Times, declarou que “a Disney pode e deve fazer melhor”. Os trabalhadores exigem um aumento do salário mínimo de entrada na empresa para 18 euros por hora no primeiro ano quando este é atualmente 15 face à subida da inflação e do custos da habitação na área de Orlando. Apoiam a sua exigência num estudo encomendado por um dos seus sindicatos, referido pela Associated Press, que calculava que um trabalhador adulto sem dependentes da Florida Central precisa de ganhar um patamar mínimo de 18,19 dólares por hora e uma família com duas crianças precisaria que ambos os país recebessem pelo menos 23,91 por hora. Um empregado que ganhe os atuais 15 dólares por hora fica no fim do mês co menos 530 dólares do que precisa para pagar renda, alimentação e combustível. Por causa da “subida em flecha dos preços do arrendamento, dos alimentos e do combustível nos últimos três anos, já não é possível sobreviver com esses salários”, conclui-se.

Alegam a seu favor ainda o facto de terem conseguido um aumento deste valor no contrato coletivo de trabalho do vizinho Centro de Convenções de Orange County. Assim, a empresa terá de voltar agora à mesa das negociações.

Os trabalhadores estão também indignados com as indemnizações milionárias de executivos que saíram da empresa. O anterior chefe executivo, “despedido” no outono, arrecadou com isso 20 milhões de dólares, outro executivo que apenas trabalhara três meses na empresa saiu dela com uma compensação de 10 milhões.

Neste momento, os trabalhadores estão legalmente impedidos de fazerem greve porque o contrato coletivo anterior terminou o seu prazo em outubro e a extensão provisória deste que está em vigor proíbe a paralisação.

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