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Morte nos Comandos: MP alega que coronel queria ocultar estado grave de recruta

O julgamento do caso da morte de dois recrutas, em 2016, no curso 127 dos Comandos entrou na fase final, mas o Ministério Público (MP) solicitou para acrescentar factos ligados à morte de um deles, segundo o jornal Público.
No requerimento entregue em dezembro, a procuradora argumenta que os novos factos devem acompanhar a pronúncia que confirmou a acusação de 19 militares ligados ao curso 127. De acordo com o requerimento consultado pelo Público, o estado físico de Hugo Abreu justificava que fosse de imediato transferido para um hospital, mas o coronel Dores Moreira, comandante do Regimento dos Comandos na altura, terá dado “ordens ao capitão-médico para resolver a situação de Hugo Abreu sem que fossem do conhecimento público as causas daquela situação.”
E acrescenta que “à luz desses (novos) factos que são os corretos”, o MP defende “uma nova perícia”, ou seja, um novo parecer à autópsia já realizada ao corpo do jovem de 20 anos e não uma realização de uma nova autópsia.
No documento é referido que está claro o facto de Dores Moreira ter tido conhecimento da gravidade do estado de Hugo Abreu, através do médico, logo no primeiro telefonema por volta das 15h.
Questionado pelo Público, o coronel Dores Moreira aponta para as declarações dadas em tribunal no dia 28 de outubro e refere que não tem mais nada para acrescentar. No testemunho dado em tribunal, Dores Moreira alega só ter tido conhecimento do estado grave de Hugo Abreu por volta das 18h.
O antigo comandante do Regimento dos Comandos já foi constituído arguido noutro processo, devido a exercer este cargo quando faleceram os dois recrutas, no início do curso 127. No atual processo, a origem das suspeitas está na demora em transferir Hugo Abreu para o Hospital das Forças Armadas (HFAR).
A decisão final é esperada depois do prazo para os 19 arguidos se pronunciarem, que termina esta terça-feira.
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