Urbano Tavares Rodrigues faleceu na manhã desta sexta-feira, no Hospital dos Capuchos em Lisboa, onde estava internado há 3 dias. Tinha 89 anos e faria 90 em dezembro próximo.
Escritor e jornalista, Urbano Tavares Rodrigues foi sempre uma destacada figura da luta democrática em Portugal.
No tempo do fascismo, foi perseguido e afastado do ensino universitário pelo governo de Salazar. Obrigado a exilar-se, continuou a participar ativamente no combate pela democracia.
Depois do 25 de Abril, Urbano Tavares Rodrigues manteve sempre a sua posição política vertical e de esquerda. Militante do PCP, foi sempre também um lutador preocupado com a unidade da esquerda.
Tem uma vasta obra literária publicada e traduzida em várias línguas, em todo o mundo. Obteve diversos prémios, entre os quais o de Vida Literária da Associação Portuguesa de Escritores, o prémio Fernando Namora e o prémio Ricardo Malheiros da Academia das Ciências.
Entre os seus livros, destacam-se 'Bastardos do Sol', 'Os Insubmissos', 'Imitação da Felicidade', 'Fuga Imóvel', 'Violeta e a Noite', 'O Supremo Interdito', 'Nunca Diremos Quem Sois' ou 'A Estação Dourada'.
Nos últimos meses de vida, Urbano Tavares Rodrigues continuou sempre com uma participação ativa na luta cívica, tendo apelado à mobilização para a manifestação de 2 de março de 2013 (ver vídeo). Em abril passado, Urbano Tavares Rodrigues apresentou o livro “Isto é um assalto”, a história da dívida em banda desenhada, de Francisco Louçã e Mariana Mortágua.
Na página do facebook "Urbano Tavares Rodrigues – escritor", a sua filha, Isabel Fraga, escreveu esta manhã: "O meu pai acaba de nos deixar.”
“Por vontade expressa” do escritor, “ manifestada há poucos anos”, o velório de Urbano Tavares Rodrigues terá lugar na Sociedade Portuguesa de Autores (SPA) localizada na rua Gonçalves Crespo, na sala/galeria Carlos Paredes.
O funeral terá lugar neste sábado, 10 de agosto de 2013, ás 18 horas, da SPA para o cemitério do Alto de São João.