István Mészáros, filósofo marxista húngaro, morreu este domingo dia 1 de outubro. Seguidor próximo de Lukács, foi um dos primeiros marxistas a identificar a crise ambiental global como uma contradição central do capitalismo tardio.
Em 1970, recebeu o primeiro Prémio Memorial Alemão [Deutscher Memorial Prize] pelo seu livro A Teoria da Alienação em Marx [Marx’s Theory of Alienation]. Professor Emeritus da Universidade de Sussex, em Inglaterra, trabalhou também em universidades na Escócia, Itália, Canadá, México.
Entre as várias teses desenvolvidas por Mészáros, destaca-se a distinção entre capital e capitalismo, publicada em Para além do capital. Para o autor, o capitalismo é uma das formas de realização do capital, a forma dominante nos últimos três séculos. Mas, assim como existia capital antes do capitalismo, há capital após o capitalismo (o que o autor denomina como capital pós-capitalista), vigente na URSS e demais países do Leste Europeu, durante várias décadas do século 20. Estes países, embora pós capitalistas, foram incapazes de romper com o domínio do capital.
A Boitempo, editora de São Paulo, publicou em português do Brasil vários livros da sua obra: Para além do capital (2002), O século XXI (2003), O poder da ideologia (2004), A educação para além do capital (2005), O desafio e o fardo do tempo histórico (2007), Filosofia, ideologia e ciência social (2008), A crise estrutural do capital (2009), Estrutura social e formas de consciência, v. I e II (2009 e 2011), Atualidade histórica da ofensiva socialista (2010), A obra de Sartre (2012), O conceito de dialética em Lukács (2013) e A montanha que devemos conquistar (2015).