Está aqui

Monumento ao precário desconhecido

ABIC, Fenprof e Sindep juntaram-se esta quinta-feira para inaugurar em frente à Presidência do Conselho de Ministros um monumento ao precário. Uma ação para denunciar a manutenção da precariedade no Ensino Superior e o boicote sistemático das instituições à regularização de precários na Função Pública.
Foto de Miguel A. Lopes/Lusa

A “estátua” retrata um cientista em dificuldades. Daqueles que o Ministro do Ensino Superior parece não reconhecer. A presidente da Associação dos Bolseiros de Investigação Científica (ABIC), Sandra Pereira, explicou ao Jornal de Notícias que o “precário desconhecido” é “uma instalação improvisada produzida por nós”. Exige “um verdadeiro combate à precariedade” e a revogação “que é um instrumento de precarização de todos os trabalhadores.”

Sublinha que apenas 8% das cerca de 3200 candidaturas mereceram parecer favorável para regularização, no âmbito do Programa de Regularização Extraordinária de Vínculos Precários na Administração Pública (PREVPAP) e acusa de as instituições de Ensino Superior de “boicote sistemático”. Nos outros setores as taxas de aprovação de requerimentos são de entre 40a 50%.

A ação simbólica decorreu junto à Presidência do Conselho de Ministros. Mas a ABIC Fenprof e Sindep prometem fazê-la percorrer o país. Nesta ocasião, entregaram também 3 cartas abertas ao primeiro-ministro e aos ministros da Solidariedade e Segurança Social e da Ciência e Tecnologia exigindo a integração dos precários do Ensino Superior no PREVPAP e uma clarificação urgente dos critérios e apoios financeiros destinados a esta medida.

A Fenprof, por sua vez, acusou o governo de “enganar” os trabalhadores do ensino superior e da ciência com o PREVPAP. “É absolutamente inaceitável, indecoroso e falta de vergonha o tratamento que o governo está a dar aos docentes do ensino superior e aos investigadores, que é discriminatório dos restantes trabalhadores, onde a situação também já não é positiva”, disse o secretário-geral desta Federação sindical.

E, sobre as declarações de António Costa de que o PREVPAV não é para aplicar às carreiras especiais, “um ano e meio depois” do processo se ter iniciado”, acrescentou “o senhor primeiro-ministro é o primeiro a dever uma explicação sobre porque é que tem andado a enganar os investigadores e estes docentes do ensino superior, porque, de facto, o que tem feito é enganar estas pessoas”.

Termos relacionados Sociedade
(...)