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Milhares de trabalhadores das universidades britânicas fazem oito dias de greve
Mais de 43 mil trabalhadores de 60 universidades britânicas estão num processo de greve que durará oito dias úteis. Para além da greve, os leitores precários irão limitar-se a trabalhar aquilo que está contratualizado, não cobrindo faltas de colegas nem recalendarizando aulas perdidas devido à greve. A paralisação junta ainda bibliotecários, funcionários técnicos e administrativos.
O sindicato UCU, University and Colleges Union, volta assim à carga pela terceira vez neste ano. Em fevereiro e março, tinham já existido 14 dias de greve devido aos mesmos temas: pensões, salários e condições de trabalho. O sindicato defende que os trabalhadores atingiram já “o ponto de rutura” devido ao excesso de trabalho, a cortes no salário real, uma vez que desde 2009 os trabalhadores perderam 20% do seu salário efetivo, a uma disparidade salarial de género na ordem dos 12% e às mudanças nas reformas que fazem os trabalhadores descontar mais, uma subida de 8% para 9,6%, para depois receber menos.
Ao jornal The Guardian, Jo Grady, secretária-geral deste sindicato, defendeu a necessidade de uma “mudança sistémica” que contrarie o desinvestimento e o “ataque às condições de trabalho no setor”.
Para além dos tradicionais piquetes de greve. Tem havido concentrações e manifestações como as que aconteceram já em Leeds, Glasgow, Newcastle, Bristol e Manchester, por exemplo. Esta quarta-feira, em Cambridge, o cantor Billy Bragg junta-se ao protesto, atuando no palco do protesto. Para além disso, os trabalhadores universitários em greve estão a organizar um esquema de partilha de livros, sessões de estudo para os alunos nos locais de luta e há ainda um programa de aulas alternativas, fora das instalações das universidades, organizado pelos leitores que estão em greve.
O UCU protesta ainda contra uma universidade cada vez mais empresarializada e em nome de um outro sistema de ensino superior. Em comunicado, referem que “quando os trabalhadores têm baixo salário e uma sobrecarga de trabalho, a educação dos estudantes também sofre. Estas greves são não apenas sobre salários e pensões: são sobre o futuro do nosso sistema de ensino superior e colocando-se ao lado dos trabalhadores podemos lutar para salvá-los do colapso.”
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