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Milhares de trabalhadores das universidades britânicas fazem oito dias de greve

O sindicato UCU, University and Colleges Union, convocou uma greve para o período entre 25 de novembro e 4 de dezembro. Mais de 43 mil leitores, bibliotecários, funcionários técnicos e administrativos das universidades britânicas juntam forças contra as más condições de trabalho, os baixos salários e os cortes nas pensões.
Trabalhadores do ensino superior em Leeds manifestam-se durante a greve do setor. Novembro de 2019.
Trabalhadores do ensino superior em Leeds manifestam-se durante a greve do setor. Novembro de 2019. Fonte: UCU.

Mais de 43 mil trabalhadores de 60 universidades britânicas estão num processo de greve que durará oito dias úteis. Para além da greve, os leitores precários irão limitar-se a trabalhar aquilo que está contratualizado, não cobrindo faltas de colegas nem recalendarizando aulas perdidas devido à greve. A paralisação junta ainda bibliotecários, funcionários técnicos e administrativos.

O sindicato UCU, University and Colleges Union, volta assim à carga pela terceira vez neste ano. Em fevereiro e março, tinham já existido 14 dias de greve devido aos mesmos temas: pensões, salários e condições de trabalho. O sindicato defende que os trabalhadores atingiram já “o ponto de rutura” devido ao excesso de trabalho, a cortes no salário real, uma vez que desde 2009 os trabalhadores perderam 20% do seu salário efetivo, a uma disparidade salarial de género na ordem dos 12% e às mudanças nas reformas que fazem os trabalhadores descontar mais, uma subida de 8% para 9,6%, para depois receber menos.

Ao jornal The Guardian, Jo Grady, secretária-geral deste sindicato, defendeu a necessidade de uma “mudança sistémica” que contrarie o desinvestimento e o “ataque às condições de trabalho no setor”.

Para além dos tradicionais piquetes de greve. Tem havido concentrações e manifestações como as que aconteceram já em Leeds, Glasgow, Newcastle, Bristol e Manchester, por exemplo. Esta quarta-feira, em Cambridge, o cantor Billy Bragg junta-se ao protesto, atuando no palco do protesto. Para além disso, os trabalhadores universitários em greve estão a organizar um esquema de partilha de livros, sessões de estudo para os alunos nos locais de luta e há ainda um programa de aulas alternativas, fora das instalações das universidades, organizado pelos leitores que estão em greve.

O UCU protesta ainda contra uma universidade cada vez mais empresarializada e em nome de um outro sistema de ensino superior. Em comunicado, referem que “quando os trabalhadores têm baixo salário e uma sobrecarga de trabalho, a educação dos estudantes também sofre. Estas greves são não apenas sobre salários e pensões: são sobre o futuro do nosso sistema de ensino superior e colocando-se ao lado dos trabalhadores podemos lutar para salvá-los do colapso.”

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