O Governo argentino liderado por Javier Milei anunciou o encerramento da empresa Trenes Argentinos Capital Humano e o despedimento dos 1.400 trabalhadores que aí trabalhavam. Na ocasião do anúncio, Franco Mogetta, ministro dos Transportes, regozijou-se: “hoje é um grande dia porque estamos a reduzir gastos”. Congratulou-se ainda por “não ter que pagar mais os salários destas pessoas. Na sua perspetiva, trata-se de “uma poupança de 42 mil milhões de pesos por ano”.
Esta empresa tinha como funções a formação dos trabalhadores ferroviários, a organização e assessoria da assistência técnica, a gestão de recursos humanos do setor e a manutenção das estações. Isto para além de manter o acervo histórico sobre ferrovia e o Museu Nacional Ferroviário.
O ministro não explicou como muitas destas funções serão mantidas, remetendo-se à crítica de que seriam “duplicadas” ou de que a manutenção de estação de estações servia para “contratar artistas populares amigos da política”.
Para além desta empresa pública foi ainda fechado o Instituto Argentino do Transporte dedicado à investigação e melhoria do serviço ferroviário que tinha sido criado em 2014.
Elevam-se assim a mais de 33 mil os funcionários públicos que Milei despediu. E o número não pára de crescer com notícias de centenas de que trabalhadores estatais continuam a receber avisos de despedimento nos seus emails.
Para além disso, poucas horas depois daquela notícia, o governo fez saber que iria eliminar mais “cinco ou seis” organismos estatais sob a alçada de Federico Sturzenegger, ministro da Desregulação e Transformação do Estado (sic). Entre as instituições consideradas supérfluas conta-se a Casa da Moeda. Todos os seus trabalhadores “serão despedidos”.
De acordo com o Página 12, o responsável governamental diz que as funções da Casa da Moeda irão ser “licitadas” a empresas privadas e que está previsto que se possam “importar as notas” de que o Banco Central do país tenha necessidade.
A Casa da Moeda argentina existe desde 1875. Para além de cunhar a moeda do país, o peso argentino, é responsável ainda por produzir selos postais, notas fiscais, entre outros documentos. Cabem-lhe ainda funções como avaliar as normas de produção de passaportes, cartas de condução e matrículas.