Está aqui

Memórias: Luís Buñuel

No dia 22 de fevereiro de 1900, nasceu Luís Buñuel. Foi um realizador de cinema espanhol, cuja obra o tornou um dos mais controversos do mundo. Foi influenciado por Salvador Dali e Frederico Garcia Lorca, entre outros. Por António José André.
Luís Buñuel
Luís Buñuel, foto de farid_s_v/Flickr.

Em 1906, Buñuel entrou para o Colégio dos Irmãos Coraçonistas, onde começou os primeiros estudos. Completou o ensino médio no Instituto de Segunda Enseñanza de Saragoça. Em 1917, foi para Madrid com o obejtivo de tirar o curso de engenheiro agrónomo. Depois estudou Ciências Naturais. 

Em Madrid, conheceu Salvador Dalí e Garcia Lorca, bem como outras personalidades (Rafael Alberti, Emílio Prados, Pedro Garfías e Pepín Bello), que exerceram grande influência na sua obra. Interessou-se por teatro e montou uma peça de teatro cómica com Garcia Lorca e Dalí. Apreciava o cinema cómico norte-americano e atores como Buster Keaton e Harold Lloyd. Escreveu poemas para as revistas "Ultra" e "Horizonte". Estudou História na Universidade de Madrid, fazendo amizade com Miguel de Unamuno, Juan Jiménez, Manuel de Falla, Ortega y Gasset.

Em 1925, mudou-se para Paris e trabalha como assistente de Jean Epstein. Em 1926, montou a peça de teatro “El Retablo de Maese Pedro”, em Amsterdão. Publicou poemas e crítica cinematográfica em "Cahiers d'Art" e "La Gaceta Literaria". Um filme Fritz Lang “As Três Luzes” impressionou-o e começou a dedicar-se ao cinema. Entrou para a Academia de Cinema de Paris, onde assistiu aos cursos de Epstein. Em 1927, escreveu o seu primeiro guião para a celebração do centenário da morte de Goya. 

Em 1929, rodou “Um Cão Andaluz”, curta metragem muda de 17 minutos, verdadeiro manifesto surrealista. A sua estreia causou escândalo e teve a exibição suspensa por atentar contra os princípios morais e costumes estabelecidos. Em 1930, dirigiu “A Idade do Ouro”. Em 1931, a Metro-Goldwyn Mayer contratou-o por seis meses. Aí conheceu Charles Chaplin e Sergei Eisenstein. Regressou a Espanha. Em 1932, afastou-se do surrealismo e aproximou-se do Partido Comunista, colaborando com a Associação de Escritores e Artistas Revolucionários. 

Nesse ano, fez o documentário “Terra sem Pão”, proibido pela censura. Quando começou a Guerra Civil, Buñuel foi destacado para França a fim de coordenar as missões de propaganda. Ajudou André Malraux a rodar “Sierra de Teruel”. Depois, o governo republicano enviou-o a Hollywood para supervisionar filmes sobre a Guerra Civil. Em 1941, Buñuel foi contratado pelo Museu de Arte Moderna de Nova Iorque, como produtor associado na área de documentários. 

Em 1946, chegou ao México para filmar uma adaptação de “A Casa de Bernarda Alba de Lorca”. Projeto que foi suspenso. Em 1949, naturalizou-se mexicano e dirigiu “La Gran Calavera”. Em 1950, rodou “Os Esquecidos”, dando início a uma série de filmes de denúncia social. Em 1951, Buñuel filmou “La Hija del Engaño”, “Una Mujer Sin Amor” e “Subida ao Céu”. Em 1952, rodou “O Bruto” e “Robinson Crusoé”. Em 1953, rodou “Escravos do Rancor” e “A Ilusão Viaja de Trem”. Em 1954, filmou “O Rio e a Morte”. Em 1955, rodou “Ensaio de um Crime”. Em 1956, Buñuel dirigiu “La Mort en ce Jardin”, co-produção franco-mexicana. Em 1958, rodou “Nazarin” com o qual conquista a Palma de Ouro, em Cannes. Regressou a Espanha, em 1961, rodando “Viridiana” que recebe furiosos ataques da Santa Sé. 

Em 1963, Buñuel dirigiu “Diário de uma Camareira”. Depois de interpretar alguns pequenos papeis no cinema, filmou “Simon do Deserto”, inspirando-se em ideias de Lorca. Com a estreia de "La Belle de Jour", em 1966, conquista um estrondoso êxito e o Leão de Ouro de Veneza. Em 1970, Buñuel rodou “Tristana”, filme sobre a obra de Galdós, com um grande elenco: Catherine Deneuve, Fernando Rey e Franco Nero. Em 1972, rodou “O Charme Discreto da Burguesia” e obtém o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro. Em 1974, Buñuel rodou “O Fantasma da Liberdade”. Em 1977, terminou o seu último filme “Esse Obscuro Objeto do Desejo”. Em 1982, foi publicado “Meu Último Suspiro”, memórias ditadas a Jean-Claude Carrière.

Veja mais informações aqui.

Termos relacionados Memórias, Cultura
(...)