Médicos de família: Ministra omitiu vagas por preencher, acusa FNAM

10 de novembro 2020 - 22:35

Federação Nacional dos Médicos afirma que Marta Temido desinformou o Parlamento ao anunciar a contratação de 287 médicos de família para o SNS, sem referir que existia um total de 435 vagas a concurso.

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Foto de Paulete Matos.

Em comunicado, a Federação Nacional dos Médicos (FNAM) aponta que estamos perante “um resultado que só pode ser qualificado como uma desilusão, em linha, aliás, com procedimentos concursais prévios e com os quais aparentemente nada se aprendeu”. Em causa estão as vagas que ficaram por preencher no último concurso para a contratação de médicos de família: das 435 vagas, apenas 287 ficaram preenchidas.

“Falamos de quase mais 230.000 utentes que poderiam, neste momento, ter médico de família”, escreve a Comissão Executiva da FNAM. A estrutura sindical refere ainda que “ficam também por referir as centenas de médicos de família que se reformam em 2020, que provavelmente colocam o balanço anual em terreno negativo”.

“A propaganda não trata doentes”

Para a FNAM, “aventar números de forma avulsa e descontextualizada não é sério”. “Infelizmente, é um tipo de atuação reiterada por este Governo quando falamos de recursos humanos no SNS, nomeadamente médicos”, lê-se no documento.

A Federação Nacional dos Médicos insurge-se contra esta desinformação, assinalando que “a propaganda não trata doentes”.

Se não for “dada prioridade urgente ao efetivo reforço dos recursos humanos do SNS”, e não se garantir o investimento direto “em condições de trabalho adequadas para os médicos do SNS", continuaremos “a assistir a esta lamentável perda de profissionais, formados no SNS e altamente qualificados”, alerta.

A FNAM acrescenta que “esta obstinação em desvalorizar o trabalho médico irá inevitavelmente refletir-se na capacidade de assistência do SNS e na saúde dos portugueses”.