Adalberto Campos Fernandes afirmou à comunicação social que o processo para abrir concurso para os mais de 700 médicos recém-especialistas, que aguardam há vários meses colocação, encontra-se no Ministério das Finanças.
“São precisas duas assinaturas e um despacho conjunto (…). Este ano há um atraso maior porque o processo está no Ministério das Finanças à espera de ser concluído”, afirmou o ministro da Saúde aos jornalistas.
A promessa de que o concurso será aberto “dentro de dias” choca com as afirmações em tudo semelhantes proferidas no início de janeiro no parlamento. O ministro não especificou, porém, exatamente quantos dias faltarão para a abertura do concurso.
Sobre a falta de abertura de concurso dez meses depois de concluída a especialidade por 710 médicos hospitalares, o ministro admitiu que o atraso é maior do que é normal. “Essa questão dos 10 meses é uma questão de fazer contas, todos os anos tem havido atrasos. Este ano há um atraso maior”, declarou.
Segundo a Agência Lusa, elementos da Ordem dos Médicos estarão hoje a acompanhar um grupo de recém-especialistas da área hospitalar ao parlamento para entregar uma carta a contestar o facto de mais de 700 profissionais estarem há largos meses à espera da abertura de concurso.
A carta questiona Adalberto Campos Fernandes sobre a demora, quando “milhares de portugueses de todas as faixas etárias continuam à espera de ter um médico de família”. Os subscritores da carta, um grupo de médicos Recém-Especialistas em Medicina Geral e Familiar, interrogam-se igualmente sobre o motivo pelo qual “o Estado privilegia e aumenta a subcontratação de médicos sem especialidade através de empresas, a custos avultados e muito superiores”, enquanto eles continuam a ser remunerados como internos da especialidade.
O bastonário da Ordem dos Médicos, Miguel Guimarães, classificou como "uma vergonha e um drama nacional” o atraso na abertura dos concursos para os médicos especialistas que concluíram o internato há cerca de dez meses.