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Matosinhos: 500 dizem não ao paredão

Não se deixaram intimidar pela chuva que caía na praia de Matosinhos porque não querem que se construa o prolongamento do quebra-mar do porto de Leixões. Presente, José Soeiro considerou a mobilização “um alerta e uma exigência muito importante por parte das pessoas que não querem perder a sua praia”.

São apenas 300 metros. Vão custar 60 milhões. E há quem ache que, do ponto de vista ambiental, custarão ainda muito mais.

Por isso, cerca de 500 pessoas manifestaram-se este domingo contra o prolongamento do quebra-mar do Porto de Matosinhos. Umas estavam preocupadas com a destruição da “economia do surf”, outras com os problemas ambientais que esta construção vai causar: erosão costeira e estagnação das águas que dará origem a maiores níveis de poluição são os problemas apontados.

A obra, que tem como objetivo permitir a entrada no Porto de Leixões de navios de maior porte melhorar condições de navegabilidade na barra, está assim longe de ser consensual. Para além das pessoas que protestaram presencialmente, somam-se-lhes as que assinaram uma petição no mesmo sentido. Até agora foram mais de 6.500 os subscritores que denunciam um “impacto significativo na qualidade das águas e na prática de desportos de ondas nessas mesmas praias”. Baseiam-se, para isso, no próprio Estudo de Impacto Ambiental da obra, apesar de o considerarem insuficiente. Em nome do desenvolvimento sustentável e da “qualidade ambiental, das praias a Sul do Porto de Leixões nos Concelhos de Matosinhos e Porto”, querem travar os trabalhos enquanto se levaria o tema à discussão na Assembleia da República.
O deputado José Soeiro, presente no protesto, apoia esta ideia. Pensa que este processo “deve ser suspenso, porque ainda falta conhecer o projeto e o Estudo de Impacto da construção do Novo Terminal de Contentores”. Apela ao “diálogo com a população” e considera que é preciso “ter em conta não apenas a necessidade do progresso dos transportes marítimos mas a sustentabilidade social, patrimonial e ambiental, protegendo a economia local e a biodiversidade e diminuindo os riscos de erosão costeira”.

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