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Maternidades: PS rejeita pedido do Bloco para ouvir ministro da Saúde

Todos os partidos votaram a favor da audição sobre o encerramento de maternidades, exceto o PS, que assim inviabiliza a audição de Manuel Pizarro. Catarina Martins acusa o PS de alterar a prática seguida até agora.
Manuel Pizarro. Fot PES Communications/Flickr

Reagindo ao chumbo desta audição, Catarina Martins acusou o PS de mudar a prática que sempre seguiu de permitir a ida de ministros ao Parlamento para dar explicações sobre as matérias requeridas, lembrando que a ex-ministra Marta Temido já tinha ido anteriormente a uma destas audições sobre encerramentos temporários de maternidades. A coordenadora bloquista avança com uma explicação para esta mudança de atitude: "O PS aceitou o pedido de António Costa e deixou de ter vergonha de ser maioria absoluta. Hoje foi na Saúde".
 

Nas últimas semanas, foi noticiada a possibilidade de encerramento de maternidades e urgências de obstetrícia/ginecologia no Serviço Nacional de Saúde. Esta seria umas das medidas incluídas no relatório elaborado pela Comissão de Acompanhamento, coordenada por Diogo Ayres de Campos, onde estaria previsto o encerramento, por exemplo, da maternidade do Hospital de Famalicão. 

Questionado sobre o assunto, Diogo Ayres de Campos não só admitiu esta possibilidade como reconheceu o encerramento de outras maternidades, afirmando que “todo o problema tem a ver com os recursos, se não houvesse dificuldades com os recursos, provavelmente não estávamos a pensar em sugerir, concentrar esses mesmos recursos”.

Recorde-se que, no início de setembro, Diogo Ayres de Campos afirmou que “a curto prazo, não estou a ver outra alternativa senão concentrar recursos para fazer face a esta dificuldade que há em ter as equipas completas”. Segundo este clínico, faltam cerca de 200 especialistas no SNS e seria necessário que as carreiras e as condições de trabalho fossem francamente melhoradas e tornadas mais atrativas. 

No requerimento entregue no Parlamento e agora rejeitado pelo PS; o Bloco lembra que “a situação de falta de profissionais na área de obstetrícia e ginecologia não é nova e o Governo nada fez para melhorar a situação simplesmente porque não quis” acrescentando que “a falta de profissionais não se resolve com encerramentos. As carreiras não serão melhoradas com encerramentos. E, mais importante do que tudo, a prestação de cuidados à população não melhora quando se encerram serviços. Muito menos a acessibilidade”.

Para esclarecer esta situação, o Bloco considerava “fundamental” a audição de Manuel Pizarro na Assembleia da República. O PS rejeitou esse esclarecimento. 

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