O “Die Welt" refere que Maria Luís Albuquerque “pediu pessoalmente” a Wolfgang Schäuble para nas negociações do Eurogrupo sobre a Grécia não ceder, segundo “fontes bem informadas”.
Maria Luís Albuquerque, pelo contrário, declarou no jornal da TVI das 20 h deste sábado: “Não sugeri a alteração de uma única vírgula”, referindo-se à sua posição no Eurogrupo em relação ao acordo com a Grécia.
Maria Luís Albuquerque disse mesmo “não sei por que o ministro das Finanças [da Grécia] terá dito isso”, que os ministros de Portugal e de Espanha foram “mais alemães do que a Alemanha”.
A ministra das Finanças de Portugal disse ainda à TVI, que a sua intervenção “foi no sentido de ser seguido o procedimento habitual”, acrescentando: “A questão que coloquei tem a ver com o procedimento no sentido de ser seguido o procedimento habitual que é a troika, depois de avaliar as medidas, reportar aos elementos do Eurogrupo, explicando qual foi a sua avaliação”.
O “Die Welt” confirma, no entanto, as pressões dos governos de Portugal e Espanha e a afirmação de Yanis Varoufakis de que tinham sido “mais alemães do que a Alemanha”.
Maria Luís Albuquerque justificou-se ainda dizendo “também podemos dizer que estamos colados às posições do Chipre ou da Estónia”, escamoteando que o governo alemão não só é o mais influente no Eurogrupo, como tem sido o grande defensor da política austeritária na Europa e o grande opositor na Europa ao governo grego do Syriza.
Maria Luís Albuquerque disse ainda que não se considera aluna, mas sim colega de Schäuble, porém, o papel que desempenhou nesta situação, juntamente com o governo PSD/CDS-PP, tem sido de facto o de boa aluna do ministro das Finanças da Alemanha, o que a foto do momento que protagonizou simbolicamente ilustra.