Marcha da Marijuana contra o proibicionismo

06 de maio 2018 - 11:50

Marcha defende legalização do consumo de canábis para todos os fins. Bloco de Esquerda também “defende a legalização da canábis para todos os fins" e retirou proposta de autocultivo da proposta legislativa de consumo para fins terapêuticos, para "não contaminar a discussão".

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MGM - Marcha Global Marijuana realizou-se neste sábado em Lisboa
MGM - Marcha Global Marijuana realizou-se neste sábado em Lisboa

A MGM - Marcha Global Marijuana realizou-se neste sábado em Lisboa, juntando-se a iniciativas semelhantes em muitas cidades de diferentes países, em todo o mundo.

Em declarações à Lusa, Joseph Silva, um dos organizadores da marcha, declarou:

"O objetivo da marcha é defender uma alteração da política e avançar com a legalização para todos os usos, desde o medicinal ao recreativo e industrial, porque fazemos um balanço muito negativo da política proibicionista a nível global, que tem permitido a continuidade do tráfico e falhou um dos grandes objetivos, que era acabar com a demanda da droga e erradicar o consumo".

"Isso não aconteceu, o tráfico aumentou e as pessoas consomem à mesma, mas consomem produtos sem saber a sua origem e qualidade, o que gera um problema de saúde pública", acrescentou ainda.

Bloco retira autocultivo da proposta legislativa de legalização para fins terapêuticos

Presente na MGM, o deputado Moisés Ferreira do Bloco de Esquerda declarou aos jornalistas que as objeções à permissão de autocultivo já não são um problema na atual discussão, porque “já foi substituída e retirada essa parte".

Marcha defende legalização do consumo de canábis para todos os fins
Marcha defende legalização do consumo de canábis para todos os fins

O deputado disse que a proposta do Bloco sobre o uso da canábis para fins terapêuticos "previa o autocultivo por razões de acessibilidade a esta terapêutica”, mas retirou-o da proposta para não deixar “que um aspeto paralelo possa contaminar ou servir de pretexto para se chumbar a proposta".

Moisés Ferreira realçou que o Bloco "defende a legalização da canábis para todos os fins", mas aceitou retirar do debate sobre o consumo para fins medicinais porque percebeu que “outros estariam disponíveis para discutir se houvesse uma separação das discussões”.

No debate no parlamento, tanto o Bloco de Esquerda como o PAN previam a possibilidade de cultivo pessoal de canábis para fins medicinais e decidiram retirá-la perante a evolução do debate.

O texto de substituição, já aprovado, refere que a prescrição será feita através de receita médica especial, que o produto será dispensado em farmácia e que compete à Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde (Infarmed) “regular e supervisionar as atividades de cultivo, produção, extração e fabrico, comércio por grosso, distribuição às farmácias, importação e exportação, trânsito, aquisição, venda e entrega de plantas e produtos à base da planta da canábis destinadas a uso humano com fins medicinais”.