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Mantém-se greve na IP nesta segunda-feira

A paralisação, que não tem serviços mínimos, deverá ter forte repercussão na circulação ferroviária, tanto na CP como na Fertagus. A federação sindical Fectrans acusa o governo e a administração da IP de “fugirem” a um acordo.
A greve na IP afetará fortemente a circulação ferroviária na CP e na Fertagus – Foto de Antero Pires/flickr
A greve na IP afetará fortemente a circulação ferroviária na CP e na Fertagus – Foto de Antero Pires/flickr

Os trabalhadores da Infraestruturas de Portugal (IP), a empresa resultante da fusão da Refer com a Estradas de Portugal, paralisam nesta segunda-feira, 2 de abril.

As conversações entre a Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações (Fectrans), o governo e a administração mantiveram-se ao longo deste sábado (desde as 9h até às 18h), mas no final não houve acordo. Em comunicado, a Fectrans declara: “após longa negociação, governo e administração fogem a fazer acordo”. A principal reivindicação dos trabalhadores da IP é um aumento salarial, em linha com o que foi alcançado na CP.

Segundo a federação sindical, após várias propostas e contrapropostas de aumentos, ficou acordada uma valorização salarial de “20 euros durante 11 meses e 25 euros no último mês, sendo este valor a integrar a tabela salarial em janeiro próximo, mas pago durante 14 meses”.

Porém, “ao passar ao papel a discussão que estava efetuada, fomos confrontados com uma proposta de redação pouco clara, nomeadamente, não se assumia sem sombra de dúvidas o valor de 25 euros a transitar para a tabela, não se assegurava a garantia de aplicação do futuro Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) aos trabalhadores com vínculos à função pública , por fim, para compensar os trabalhadores da diferença, propuseram que estes passassem a ter mais uma dispensa, mas com perda e remuneração, o que neste ponto se tornou inaceitável”, refere a Fectrans.

Segunda feira teremos greve a valer”

A federação sindical, referindo que nesta segunda-feira haverá “greve a valer”, acusa: “o Governo e a administração estão a montar um serviço antigreve, para iludir a opinião pública quanto à elevada adesão dos trabalhadores. Neste momento, para além da luta pelo aumento salarial para todos, esta luta também tem que ser pela defesa da dignidade dos trabalhadores da IP, que estão a ser maltratados pelo Governo e pela administração”.

Fortes perturbações na CP e na Fertagus

Segundo a Lusa, a CP – Comboios de Portugal admitiu "fortes perturbações" na circulação ferroviária na próxima segunda-feira.

"Por motivo de greve convocada por diversas organizações sindicais da IP (gestor da infraestrutura ferroviária), a CP informa que se preveem supressões em todos os serviços no dia 2 de abril", afirma a empresa em comunicado.

No passado sábado, a Fertagus disse que a greve da IP deverá perturbar fortemente a circulação de comboios.

“A Fertagus informa que a greve deverá ter impacto na gestão da circulação, perturbando fortemente a circulação de comboios”, refere comunicado da empresa. A Fertagus disse ainda que, pelo facto de não terem sido decretados serviços mínimos, “não são conhecidos os horários que poderão ser realizados” e alertou que, no limite, poderá não circular nenhum comboio.

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