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"Mais importante do que restrições é ter medidas que promovam comportamentos seguros"
Em declarações à margem da apresentação da candidatura do Bloco de Esquerda à autarquia do Porto, que tem Sérgio Aires como cabeça de lista à Câmara, Catarina Martins falou sobre as medidas para enfrentar a quarta vaga pandémica.
“Se é certo que estamos na quarta vaga pandémica é também certo que o plano de vacinação Covid está a avançar e, portanto, não tem sentido que as medidas para esta vaga sejam iguais a medidas para vagas anteriores”, começou por afirmar a coordenadora bloquista.
E sublinhou: “O anúncio que nós não ouvimos e que nos preocupa é o do reforço das equipas de saúde pública, porque o plano de vacinação levou muita gente das equipas de rastreio de contactos para apoiar o plano de vacinação”.
Catarina Martins salientou ainda que muitos dos profissionais dos cuidados primários de saúde pública “não estão a ser capazes de fazer o seu trabalho normal de acompanhamento de doença não Covid e de prevenção de doença por terem sido requisitados para o programa de vacinação”.
“Continuamos a achar que falta esta medida fundamental que é a contratação de gente para as equipas de saúde pública, porque, neste momento, uma parte dos infetados não é contactada nas primeiras 24 horas e isso é um perigo porque não permite pôr as pessoas em isolamento atempadamente e, portanto, conter os contágios”, frisou Catarina Martins, acrescentando que “falta esse anúncio permanente nas medidas do Governo”.
A coordenadora bloquista salientou também que “muito mais importante que as restrições” é preciso “promover comportamentos seguros”: “promover o ar livre, promover a não existência de concentrações, ao mesmo tempo que se pode retomar uma vida mais próxima da normalidade”.
Questionada sobre as medidas de apoio aos setores afetados pela crise pandémica, nomeadamente o setor dos bares e discotecas, Catarina Martins lembrou que Portugal foi o país que menos gastou com os apoios à economia, decisão que empurrou empresas e famílias para o recurso às moratórias bancárias.
“É por isso que temos dito que é preciso um plano para alargar as moratórias, mas é preciso também um plano de reestruturação destas dívidas e de apoio a estas empresas e a estas famílias porque se isso não for feito vamos ter um problema grave de insolvências e de perda de habitação própria de algumas famílias”, concluiu.
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