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Mais de um milhão assinam petição para banir racistas dos estádios

A iniciativa de três adeptas inglesas surgiu após os insultos racistas nas redes sociais contra jogadores da seleção.
Marcus Rashford homenageado num mural em Manchester
Muitos deixaram mensagens de apoio junto ao mural de homenagem ao jogador Marcus Rashford, vandalizado em Manchester após a final perdida por Inglaterra. Foto Dunk/Flickr

“Apelamos à Football Association e ao Governo para trabalharem em conjunto no imediato para banir os que levaram a cabo insultos racistas, online e offline, de todos os estádios de futebol em Inglaterra para toda a vida”. Este é o pedido das três peticionárias - Shaista Aziz, Amna Abdullatif e Huda Jawad - que pouco mais de 24 horas recolheram mais de um milhão de assinaturas na plataforma Change.org.

A petição surgiu como resposta à vaga de insultos racistas que se seguiu à derrota da seleção inglesa nas grandes penalidades contra a Itália. Eles tiveram como alvo as redes sociais dos jogadores que falharam os penálties, mas também passaram pela vandalização de um mural em Manchester com a cara do jogador Marcus Rashford, também conhecido pela suas campanhas de combate à pobreza. Nos dias seguintes, o mural serviu de ponto de encontro para milhares de pessoas deixaram mensagens de apoio ao futebolista e contra o racismo.

“Espero que [o sucesso da petição] seja como um abraço a estes jogadores, para que sintam o nosso apoio e saibam que nos deram um grande orgulho”, disse Abdullatif ao Guardian.

As três mulheres que lançaram a petição conheceram-se no seu percurso de ativismo feminista e anti-racista, mas são também adeptas de futebol que já se sentiram ameaçadas nos estádios ingleses. Shaista Aziz, que é jornalista e autarca eleita pelos trabalhistas, recordou ao Guardian um jogo da seleção a que assistiu em Wembley e em que ao intervalo foi ter com um assistente de bancada pedir-lhe para mudar de lugar para a bancada da equipa visitante.

“Nasci e fui criada neste país. Sou deste país, apoio a Inglaterra, mas senti que tinha de sair da bancada inglesa”, recorda Aziz. Já a atual seleção inglesa nada tem a ver com este sentimento dos adeptos, acrescentou Amna Abdullatif, descrevendo-a como “uma visão inspiradora do que os jovens podem alcançar, o que um grupo diverso de pessoas pode alcançar e o que pode ser a juventude”. “Não têm de ser misóginos, não têm de ser racistas”, conclui.

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