O movimento de acampamentos de estudantes solidários com a Palestina varreu o conjunto dos Estados Unidos da América. Em alguns casos foram recebidos com tolerância pelas administrações universitárias mas noutros estas escolheram enviar a polícia para desalojar das instalações os seus próprios estudantes.
Contas feitas agora pelo New York Times estimam que tenham sido presos 1.997 manifestantes nos campus de universidades públicas e 1.129 nos das privadas, num total de mais de 3.100 prisões até ao dia 4 de junho.
A repressão em força começou no dia 18 de abril quando a administração da Universidade de Columbia chamou a polícia depois de perante uma sessão no Congresso ter prometido acabar com ele. Nesse dia, foram presas pelo menos 108 pessoas. Tal como em várias das situações posteriores, as acusações variavam entre invasão de propriedade, “perturbação da paz” ou resistência à ordem de prisão.
De acordo com jornal mainstream norte-americano “muitas destas acusações legais” imputadas aos manifestantes foram caindo nos meses a seguir às suas detenções. Mantiveram-se frequentemente outras consequências internas com estudantes a continuar a ser impedidos de entrar nos campus onde estudam ou outros que veem os seus diplomas retidos.
O mesmo órgão de comunicação realça que as prisões começaram nas escolas privadas e depois “espalharam-se” às públicas.
Apresenta-se o caso das mais de uma centena de presos no protesto na Universidade do Texas, em Austin, que viram a procuradora Delia Garza, de Travis County, desistir do caso, alegando que não era uma prioridade, que seriam ofensas não violentas e que os jurados iriam “muito provavelmente” decidir que “estudantes a protestar no seu próprio campus estavam simplesmente a exercer os seus direitos consagrados na Primeira Emenda” à Constituição dos EUA. A instituição esperava que o caso fosse avante. Mike Rosen, porta-voz da Universidade do Texas em Austin, queria que houvesse “consequências” da “violação de leis e regras institucionais”.