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Mais de seis mil assinaturas na petição contra Museu Salazar

Petição contra criação de um "Museu Salazar" recolheu mais de seis mil assinaturas em pouco mais de dois dias. Texto lançado por Carvalho da Silva, Maria Teresa Horta, José Barata Moura, Francisco Fanhais e Margarida Tengarrinha, entre outros, apela ao governo para impedir "branqueamento do regime fascista".
Sede da PIDE em Lisboa na manhã de 25 de abril de 1974. Hoje, é um condomínio residencial. Foto: toponimiadelisboa.wordpress.com/Arquivo Municipal de Lisboa.
Sede da PIDE em Lisboa na manhã de 25 de abril de 1974. Hoje, é um condomínio residencial. Foto: toponimiadelisboa.wordpress.com/Arquivo Municipal de Lisboa.

Uma petição contra um museu em Santa Comba Dão sobre Salazar e o Estado Novo, lançada há três dias, já recolheu mais de seis mil assinaturas. A petição intitulada "Museu de Salazar, não!", foi colocada na internet na sexta-feira passada, tendo como subscritores iniciais nomes como o antigo líder sindical Carvalho da Silva, o comentador político Pedro Adão e Silva, a escritora Maria Teresa Horta, o antigo reitor da Universidade de Lisboa José Barata Moura, o cantor de intervenção Francisco Fanhais, ou a histórica militante antifascista Margarida Tengarrinha. Durante a tarde desta segunda-feira, mais de 6250 pessoas já haviam assinado.

O texto manifesta "o mais veemente repúdio pela criação do Museu Salazar, recentemente anunciado pelo Presidente da Câmara de Santa Comba Dão", e reitera o apelo já feito a 12 de agosto por 204 antigos presos políticos para que o governo "intervenha no sentido de impedir a concretização de um tal projecto que, longe de visar esclarecer a população e sobretudo as jovens gerações, se prefigura como um instrumento ao serviço do branqueamento do regime fascista (1926 - 1974) e um centro de romagem para os saudosistas do regime derrubado com o 25 de Abril".

A petição secunda a carta de 204 antigos presos políticos de 12 de agosto, enviada ao primeiro- ministro e ao presidente da Assembleia da República por Vítor Dias e Helena Pato. Os signatários dessa carta manifestaram igualmente "em nome próprio e no da memória de milhares de vítimas do regime fascista – de que Salazar foi principal mentor e responsável – o mais veemente repúdio" contra o projeto. Apelaram também ao governo para que, "em conformidade com o relatório aprovado por unanimidade, em Julho de 2008, pela Comissão de Assuntos Constitucionais da Assembleia da República e com normas da Constituição da República Portuguesa, intervenha para impedir a concretização desse projeto".

Leia o texto da petição.

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