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Mais de cem milhões de alunos continuam sem aulas

A UNESCO insta os governos a criarem condições para um regresso seguro às aulas. “Quanto mais tempo permanecerem encerradas as escolas, mais graves e irreversíveis são as consequências para o bem-estar e a aprendizagem das crianças, em particular os mais vulneráveis e marginalizados”, avisa a organização.
Regresso às aulas. Foto da Unesco.
Regresso às aulas. Foto da Unesco.

A pandemia continua a impedir o acesso às aulas de 7,5% da população escolar mundial. São assim, segundo a Unesco, cerca de 117 milhões de alunos de 18 países que não puderam ainda voltar à escola.

A Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura insta os governos para que criem condições para um regresso às aulas seguro e considera que o encerramento total dos estabelecimentos escolares deve ser feito só em último recurso.

Stefania Giannini, subdiretora de Educação da Unesco, diz que “quanto mais tempo permanecerem encerradas as escolas, mais graves e irreversíveis são as consequências para o bem-estar e a aprendizagem das crianças, em particular os mais vulneráveis e marginalizados”.

A organização diz que as escolas funcionam plenamente, da pré-primária ao secundário, em 117 países, abrangendo 539 milhões de alunos, ou seja 35% da população escolar mundial. Em comparação com a mesma altura do ano passado, o contraste é forte: apenas estavam abertas as escolas de 94 países, isto é 16% do total dos alunos ao nível mundial.

Em cinco países, as escolas fecharam mesmo durante 18 meses seguidos, obrigando 77 milhões de alunos a terem acesso à educação através apenas de aulas online, módulos impressos e lições gravadas nas rádios ou televisões. A média mundial de encerramento total de escolas foi de 18 semanas. Se se contabilizarem os encerramentos parciais, o número sobe para 34 semanas.

A organização sublinha que os encerramentos “prolongados e repetidos” ao longo dos dois últimos anos letivos resultaram em perdas de aprendizagem e num aumento do abandono escolar. Por isso, uma das suas orientações tem sido considerar os professores como grupo prioritário para ser vacinado. Isto foi feito em 80 países.

A Unesco destaca ainda a necessidade de medidas de recuperação de aprendizagens. Para isso, “os professores e educadores precisam de suporte e preparação adequada”. Foi assim lançado um programa chamado “Recuperar a Educação 2021” com o objetivo de fazer regressar todos os alunos às escolas, de criar programas de recuperação das aprendizagens e de preparar professores para trabalharem as perdas de aprendizagem e incorporarem tecnologias digitais no ensino.

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