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Mais de 70 parlamentares americanos e brasileiros condenam aliança Trump-Bolsonaro

“Como parlamentares do Brasil e Estados Unidos, estamos unidos contra os esforços de atores autoritários e antidemocráticos da extrema-direita para derrubar resultados eleitorais legítimos e derrubar as nossas democracias”, lê-se no comunicado conjunto, liderado pela deputada democrata Ilhan Omar, e citado pelo The Guardian.
No documento, divulgado na noite de quarta-feira, é feita referência ao ataque de domingo por partidários do ex-presidente Jair Bolsonaro a instituições governamentais em Brasília e a insurreição de 6 de janeiro de 2021 em Washington por partidários de Donald Trump.
“Não é segredo que agitadores de ultra-direita no Brasil e nos Estados Unidos estão a coordenar esforços”, apontam os parlamentares, que incluem 36 democratas americanos e 35 progressistas brasileiros.
Os subscritores referem que, após as eleições brasileiras, o filho de Jair Bolsonaro, Eduardo Bolsonaro, rumou a Flórida e encontrou-se com Trump que “ encorajou Bolsonaro a contestar os resultados das eleições no Brasil”.
“Logo após as reuniões, o partido de Bolsonaro procurou invalidar milhares de votos”, aponta o comunicado.
Os parlamentares defendem que “todos os envolvidos devem ser responsabilizados” e lembram que, nos Estados Unidos, Steve Bannon foi condenado por não cumprir uma intimação para comparecer a audiências do Congresso ou fornecer documentos relevantes sobre o seu papel na insurreição de 6 de janeiro, há dois anos atrás.
No Brasil, o ex-ministro da Justiça de Bolsonaro, Anderson Torres, que era o responsável pela segurança em Brasília, voou para Orlando, na Flórida, onde Jair Bolsonaro está hospedado, no fim de semana da insurreição, ao invés de fazer quaisquer preparativos para defender os prédios do governo dos protestos. Torres foi demitido e foi emitido um mandado de prisão em seu nome.
O Brasil está a promover um inquérito para determinar a extensão do planeamento dos distúrbios de domingo e se estes fizeram parte de uma tentativa coordenada de golpe.
“As democracias dependem da transferência pacífica de poder”, frisam os parlamentares.
“Assim como os extremistas de direita estão a coordenar os seus esforços para minar a democracia, devemos permanecer unidos nos nossos esforços para protegê-la”, enfatizam.
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