Na Assembleia da República, o deputado Pedro Filipe Soares questionou o Governo sobre o montante de “746,8 milhões de euros de despesa com execução de garantias e com dotações de capital a instituições de crédito” incluídos no Orçamento de Estado.
O secretário de Estado do Orçamento, Luís Morais Sarmento, em resposta escrita ao deputado do Bloco, esclarece que “146,6 milhões de euros respeitam a execução de garantias de empréstimos obrigacionistas da Parvalorem, S.A. (111,7 milhões de euros) e da Parups, S.A. (35,1 milhões de euros)” e que “relativamente aos restantes 600 milhões de euros destinam-se a fazer face a um aumento de capital do BPN a realizar até 15 de Fevereiro do corrente ano”.
Em declarações à Antena Um, o deputado Pedro Filipe Soares afirmou que o ministro das Finanças “tem que prestar contas” sobre a venda do BPN ao banco de capitais portugueses e angolanos (BIC), considerando que se trata de um negócio “que é lesivo para o Estado” e que “a cada dia que passa nós temos que pagar mais para vender por tuta-e-meia”.
Pedro Filipe Soares declarou ainda: “Não há fim para este buraco do BPN. A cada nova notícia, maior é o buraco, maiores são as despesas para os contribuintes, porque em outubro passado eram 350 milhões de euros, em dezembro Passos Coelho dizia que eram 500 milhões de euros e agora, apenas um mês depois, passou a 600 milhões de euros. Não há, portanto, rigor nesta gestão de todo o dossier do BPN e nós percebemos que esta venda que foi efetuada é uma venda de favor”.
Horas antes de ser conhecida a resposta do secretário de Estado, o Bloco de Esquerda deu uma conferência de imprensa onde o deputado João Semedo anunciou que o partido suspeita de um “negócio de favor”, na aquisição do BPN pelo BIC, solicitou ao Governo o acesso ao contrato de venda do banco e declarou que pretende que o negócio seja explicado pelo ministro das Finanças no Parlamento.