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Maioria de jovens trabalhadores ganha menos de mil euros

Baixos salários, dificuldades em sair de casa dos pais, desigualdade de género: os números do INE mostram a realidade dos jovens num Dia Nacional da Juventude em que a Interjovem sai à rua para dizer "basta de empobrecer a trabalhar".
Jovens em luta. Foto da Interjovem.

No Dia Nacional da Juventude, o Jornal de Notícias dá conta dos dados do Instituto Nacional de Estatística que mostram que, o ano passado, os jovens adultos em Portugal ganhavam em média 843 euros. Assim, mais de 436.000 jovens trabalhadores entre os 20 e os 30 anos auferiam menos de mil euros, o que corresponde a 60,7% do total.

Contas feitas por cima, uma vez que se esclarece que deste universo se excluem os “trabalhadores independentes” ou “os casos de irregularidade laboral, como os "falsos recibos verdes".” Mas fica-se também a saber que perto de 58% (416.600) dos trabalhadores desta faixa etária que são apresentados como trabalhadores por conta de outrem tinham um contrato sem termo. E que a desigualdade de género persiste, pois “os maiores salários e contratos estáveis permanecem em maioria nos homens”.

Os números confirmam o mote das manifestações da CGTP marcadas para esta terça-feira em Lisboa e Gaia: "Basta de empobrecer a trabalhar". Àquele órgão de comunicação social, Dinis Lourenço, coordenador nacional da Interjovem, explica que se vive uma "desvalorização das carreiras e das profissões" que penaliza todos os trabalhadores.

Mas os mais novos, que são também “a geração mais qualificada de sempre”, são atingidos fortemente. O dirigente sindical lembra que os jovens “não conseguem encontrar rendas acessíveis” e, desta forma, mantêm-se em casa dos pais. Portanto, “os salários dos jovens trabalhadores servem hoje para compor o orçamento familiar”. E face ao aumento do custo de vida, “mesmo os que moram em casa dos pais não conseguem poupar”, conclui-se.

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