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Mãe de Beatriz lamenta morte do assassino confesso da sua filha

Paula Lebre deixou uma mensagem de condolências à família de Rúben Couto: “Não é possível medir sofrimentos, mas uma morte é uma morte”. A mãe da jovem estudante de mestrado brutalmente assassinada voltou ainda a repudiar a culpabilização das vítimas.
Concentração “Nem mais uma – Homenagear Beatriz Lebre e todas as vítimas de violência contras mulheres”, organizada pelo coletivo feminista “Por Todas Nós”, junto ao ISCTE-IUL, em Lisboa. Foto de Ana Mendes.

“Nunca fui de acordo e continuo ainda a não concordar com a pena de morte (em qualquer circunstância). Não só porque desejo viver numa sociedade com elevado nível civilizacional, mas também porque não havendo sistemas infalíveis prefiro um culpado livre do que um inocente no corredor da morte”, escreve Paula Lebre na sua página de Facebook.

A mãe da estudante brutalmente assassinada a 2 de maio sublinha, por outro lado, que “numa sociedade que não mata quem matou, deveria haver, no mínimo, mais respeito pelas vítimas”.

“Uma sociedade que não mata quem matou nunca deveria preocupar-se em vasculhar imperfeições nas vítimas com intenção de encontrar justificação para a crueldade de um assassino. Numa sociedade que não mata quem matou devia de imediato e incondicionalmente proteger as vitimas”, acrescenta.

Na mesma publicação, Paula Lebre deixa as suas condolências à família de Rúben Couto: “Não é possível medir sofrimentos, mas uma morte é uma morte”, frisa, avançando que “quando morre uma criança ou um jovem é sempre uma perda para as famílias como para a sociedade. É perda de património Humano”.


Ver fotogaleria: Homenagem a Beatriz Lebre e a todas as mulheres vítimas de violência


“O valor da vida deve sempre ser o SUPREMO de uma sociedade que se diz de direito e de humanos”, defende, afirmando esperar que esta história sirva “para corrigir e melhorar os nossos valores”.

A 28 de maio, Rúben Couto, de 25 anos foi preso sob suspeita de ter assassinado Beatriz Lebre, de 23 anos, com quem terá mantido uma relação amorosa. Após ser interrogado e confrontado com o facto de ter sido encontrado sangue no seu carro, o jovem acabou por confessar o homicídio. A jovem estudante de mestrado foi morta à bastonada e o seu corpo foi atirado ao rio Tejo, só tendo vindo a ser encontrado a 29 de maio.

Rúben Couto foi encontrado morto na sua cela, no Estabelecimento Prisional de Lisboa, no passado fim-de-semana. 

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