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Maduro vence presidenciais com alta abstenção e críticas da oposição

Numa eleição com mais de 50% de abstenção, o presidente venezuelano foi reeleito com 68% dos votos. Candidatos da oposição não reconhecem resultado.
Nicolás Maduro no discurso da noite eleitoral. Foto da página no Facebook de Nicolás Maduro.

A presidente da Comissão Nacional Eleitoral divulgou o resultado das eleições presidenciais venezuelanas, com o presidente Nicolás Maduro a obter 5.8 milhões de votos, a larga distância do principal candidato da oposição, Henry Falcón, que obteve 1.8 milhões, do pastor evangélico Javier Bertucci (925 mil) e Reinaldo Quijada (34 mil). Maduro garante assim um novo mandato até 2015 na presidência do país.

As eleições foram marcadas pelo boicote de boa parte da oposição reunida no MUD, o que levou a abstenção a subir aos 52%, quando nas últimas presidenciais rondou os 20%. A falta de participação foi visível nos centros de voto, onde ao contrário das últimas eleições não havia filas e os cidadãos exerciam o seu voto com rapidez. Ao longo da jornada eleitoral, sucederam-se os apelos por parte dos dirigentes do PSUV à ida às urnas. Ainda assim, esta eleição foi a menos participada no país desde 1958.

Antes do anúncio dos resultados, o oposicionista Henry Falcón declarou que não iria reconhecer o resultado, acusando Maduro de “delitos eleitorais”, como a compra de votos, a utilização do Cartão da Pátria, usado no âmbito dos programas sociais do Estado, como forma de controlo, e o impedimento do acesso de testemunhas aos centros eleitorais. Falcón reiterou que o acordo de garantias de transparência que firmou com o governo “não foi cumprido” e reclamou novas eleições para o próximo mês de outubro. Outras denúncias dão conta da utilização de autocarros para transporte da população dos bairros pobres aos centros de votação.

No seu discurso de vitória, Nicolás Maduro agradeceu o que chamou de “vitória popular”, ao alcançar a maior percentagem de sempre nas eleições, embora tenha perdido 1.8 milhão de votos em relação ao último sufrágio em que concorreu com Henrique Capriles. "Voltámos a ganhar. Voltámos a triunfar. Somos a força da história chavista perante todos os desafios. Somos a força da história convertida em vitória popular permanente", afirmou o presidente reeleito, antes de convidar os outros candidatos para o diálogo “no dia e hora que queiram”.

Respondendo às críticas da oposição, Maduro anunciou que irá pedir à CNE uma auditoria a 100% dos votos, que se realizam de forma eletrónica, e uma revisão de todas as queixas apresentadas. E pediu ainda à Comissão Eleitoral que mantenha no país os observadores internacionais para testemunharem a auditoria, afirmando acreditar num sistema eleitoral que “é o único sistema auditado antes, durante e depois” do ato eleitoral.

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