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Madeira: Direita conserva maioria, Bloco assume mau resultado

O PSD perdeu a maioria absoluta, mas pode governar com o CDS. Numas eleições marcadas pela forte bipolarização entre PSD e PS, o Bloco voltou a perder representação parlamentar.
Eleições na Madeira
Eleições na Madeira. Foto de Gregório Cunha/Lusa

Ao fim de quatro décadas, o PSD perdeu a maioria absoluta na Madeira. Este domingo, o partido liderado por Miguel Albuquerque elegeu 21 dos 47 mandatos na Assembleia Legislativa Regional, enquanto o PS, com Paulo Cafôfo à frente da lista, elegeu 19, mais 12 do que na anterior eleição tinha eleito em coligação com o PTP, PAN e MPT.

Apenas o PS aumentou a sua representação parlamentar nestas eleições regionais. A concentração do voto da oposição na lista dos socialistas reduziu a metade as bancadas do CDS (passou de 7 para 3 eleitos), do JPP (passou de 5 para 3), e da CDU (passou de 2 para 1). O Bloco de Esquerda e o PND, com dois e um eleitos em 2015, não alcançaram desta vez representação na Assembleia Legislativa Regional da Madeira.

Com este resultado, Miguel Albuquerque deverá continuar à frente do Governo Regional, contando para isso com o apoio do CDS para assegurar a maioria na Assembleia Legislativa Regional.

Catarina Martins: “Lamentamos também que a Região vá continuar a ter um governo da direita”

A coordenadora do Bloco de Esquerda reagiu aos resultados na sede nacional do partido, começando por assumir que “o Bloco teve um mau resultado nas eleições regionais da Madeira. Não alcançou representação parlamentar e portanto falhámos o nosso objetivo”.

Para Catarina, estas eleições foram marcadas por “uma enorme bipolarização, numa eleição muito disputada entre PSD e PS com perda de representação parlamentar de muitos eleitores para todas as outras forças políticas”. Mas infelizmente, acrescentou, essa bipolarização “não evitou uma maioria de direita na Região”. Antevendo um acordo entre PSD e CDS para o próximo Governo Regional, a coordenadora do Bloco afirmou em seguida que “lamentamos também que a Região vá continuar a ter um governo da direita”.

Questionada pelos jornalistas, Catarina rejeitou comparações entre as eleições na Madeira e as próximas legislativas, afirmando que “nunca os eleitores confundiram” os dois contextos políticos e por isso “nunca houve para nenhum partido contaminação entre umas eleições e outras”.

“O Bloco já fez trabalho na Madeira com condições muito diversas. Nunca deixámos de ser uma oposição de esquerda, uma oposição pelas liberdades, liberdades tão importantes como até a liberdade de imprensa que tantas vezes na Madeira foi atacada. O Bloco de Esquerda, com as representações diversas que já teve na Região, foi sempre essa voz da democracia, da liberdade, e vai continuar a ser seguramente”, concluiu a coordenadora do Bloco.

Paulino Ascenção: “Os dois grandes partidos esmagaram todos os outros”

O coordenador regional e primeiro candidato do Bloco/Madeira, Paulino Ascenção, assumiu a responsabilidade por um resultado que “contradiz as nossas expetativas”. Na declaração da noite eleitoral, Paulino Ascenção lamentou que o partido não tivesse conseguido ultrapassar “a barreira que foi a bipolarização” nesta eleição em que “os dois grandes partidos esmagaram todos os outros”.

“Temos de tirar os ensinamentos desta experiência e o Bloco irá continuar a lutar pelas mesmas causas”, garantiu o coordenador do Bloco/Madeira, concluindo que o partido irá fazer a avaliação dos resultados nos próximos dias.

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