Luís Amado: De ministro para banqueiro

20 de fevereiro 2012 - 15:50

O BANIF anunciou na passada sexta feira que o novo presidente do conselho de administração daquele grupo financeiro será Luís Amado, antigo ministro da Defesa e, posteriormente, dos Negócios Estrangeiros nos governos de José Sócrates. Para presidente executivo o Banif vai buscar Jorge Tomé, atual administrador da CGD.

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Luís Amado será o novo presidente do conselho de administração do BANIF - Foto José Sena Goulão/Lusa

O grupo financeiro BANIF anunciou na passada sexta feira, 17 de fevereiro de 2012, que a Rentipar Financeira, a SGPS acionista maioritária do BANIF, decidiu propor à próxima assembleia geral do grupo financeiro uma nova lista para a sua administração, com Luís Amado como Presidente do Conselho de Administração e Jorge Tomé como Presidente da Comissão Executiva do BANIF.

Jorge Tomé é atualmente administrador da Caixa Geral de Depósitos (CGD) e presidente da Caixa BI (Caixa – Banco de Investimento), sai pois da administração do banco público para se tornar CEO do banco privado BANIF.

Luís Amado foi ministro da Defesa em 2005 e 2006 e, em julho de 2006, substituiu Freitas do Amaral, tornando-se então ministro dos Negócios Estrangeiros, cargo que manteve até às últimas eleições em junho de 2011.

Luís Amado é membro do Partido Socialista e pertenceu ao seu secretariado nacional no tempo da liderança de José Sócrates. Antes de chegar a ministro, foi deputado do Partido Socialista e secretário de Estado em Governos liderados por António Guterres.

Luís Amado destacou-se por ter defendido a guerra do Iraque. Em 2003 contestou vivamente a oposição do PS de Ferro Rodrigues à Guerra do Iraque e defendeu que o governo português de Durão Barroso tinha agido corretamente nessa matéria.

Segundo documento divulgado pela wikileaks, Luís Amado prometeu em 2006 ao embaixador dos Estados Unidos em Lisboa pressionar Sócrates para o uso das Lajes no repatriamento dos prisioneiros de Guantánamo. Na altura, Amado referiu também ao embaixador a necessidade de “controlar” o PS.

Quando assumiu o cargo de ministro dos Negócios Estrangeiros, Pacheco Pereira afirmou: “Luís Amado é um atlantista, um homem com posições pró-americanas muito conhecidas e que apoiou a invasão do Iraque, afinal, aquilo que é tradição, na pasta dos Negócios Estrangeiros do PS”.