Lisboa: Bloco vota contra mais dinheiro público para a Jornada Mundial da Juventude

15 de julho 2023 - 21:46

Moedas vai gastar “tanto num evento privado de uma semana como em quatro anos de investimento nos bairros municipais”, denuncia o gabinete da vereação do Bloco. O partido critica ainda que se mobilizem “as pessoas que trabalham nas escolas, mesmo que tenham férias marcadas”.

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Obras do "altar palco" para as JMJ no Parque Tejo-Trancão. Foto de JOSÉ SENA GOULÃO/LUSA.
Obras do "altar palco" para as JMJ no Parque Tejo-Trancão. Foto de JOSÉ SENA GOULÃO/LUSA.

O Bloco de Esquerda de Lisboa anunciou em comunicado que, na reunião desta sexta-feira, votou contra a utilização das escolas e equipamentos da Câmara Municipal de Lisboa pelas “Jornadas Mundiais da Juventude”, um evento católico que vai decorrer na cidade no início de Agosto e que contará com a presença do Papa Francisco.

De acordo com o gabinete da vereação do partido, este opôs-se à medida do executivo de Carlos Moedas “visto que implica mais recursos públicos postos ao serviço de um evento religioso, mobilizando as pessoas que trabalham nas escolas, mesmo que tenham férias marcadas, com mais despesas públicas para um evento da Igreja Católica”.

Salienta-se ainda que o presidente desta autarquia “ tinha prometido que não se iriam ultrapassar os 35 milhões de euros, mas a fatura da CML já ultrapassou os 40 milhões de euros, podendo ser muito maior”. As contas feitas pelo Bloco indicam que este “pretende assim gastar tanto num evento privado de uma semana como em quatro anos de investimento nos bairros municipais”.

O Bloco de Esquerda de Lisboa anunciou igualmente que também votou contra o desconto nos equipamentos da EGEAC para as JMJ porque “num momento em que a procura desses equipamentos vai ser enorme, este desconto é inusitado e é mais dinheiro público para as JMJ”.

Esta proposta foi aprovada com os votos a favor da coligação de direita que gere a autarquia, do PS e do PCP, com a abstenção dos Cidadãos Por Lisboa (grupo eleito na coligação PS/Livre) e com os votos contra do Bloco de Esquerda e do Livre.